MOZARILDO QUER OCUPAÇÃO MAIS EFETIVA DA AMAZÔNIA



Com a iminência da presença das Forças Armadas norte-americanas na Colômbia, com objetivo de combater a guerrilha e o narcotráfico naquele país, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) acredita que as autoridades brasileiras precisam promover a efetiva ocupação da região amazônica nacional. O senador defendeu a mudança de enfoque na distribuição do Exército brasileiro, que ainda é, segundo ele, da época colonial.

Para Mozarildo, há muitos homens no litoral e poucos no interior: são 22 mil militares na região amazônica contra 44 mil no Rio de Janeiro. O senador vê descaso das autoridades na ocupação da região amazônica. Além de mudanças no Exército, Mozarildo defendeu também a redivisão dos estados. "Só assim vamos afastar os riscos de intervenção estrangeira na região", disse.

Mozarildo explicou que um terço do território colombiano está ocupado pela organização guerrilheira Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e contou que na última semana dez funcionários de multinacionais foram seqüestrados no Equador. A FARC culpa a CIA (Central de Inteligência dos Estados Unidos) pela ação.

- Não importa quem é o responsável, a situação está se configurando para concretizar a efetiva invasão da Amazônia - disse, lembrando outras situações históricas, como o Vietnã e Kosovo, em que um problema local cresceu, causou invasão internacional e acabou por mudar a configuração geográfica da região. O senador informou que a situação deverá ser debatida na próxima semana na 4a Conferência de Defesa das Américas, em Brasília.

Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) chamou atenção para a grande potência das forças que estarão atuando na região e lembrou que a Amazônia é a maior reserva de água doce do mundo, produto que está escasseando e deverá ser, no próximo século, a maior riqueza do planeta. Também em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse não sentir nas autoridades brasileiras a garra necessária para tratar do assunto e defender a soberania da Amazônia. "Os americanos não têm capacidade de limitar a entrada de drogas em seu país e se esquecem da lei de mercado. Os colombianos só plantam a coca porque tem quem compre", disse.

13/10/2000

Agência Senado


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