Mudança de percurso de rio pode causar alteração genética em peixe



Estudar uma possível alteração genética em duas espécies de peixes do gênero Apistogramma (A. gephyra e A. pulchra) a partir da mudança de percurso do rio Cuieiras (AM). Este é o objetivo de uma pesquisa realizada pela doutoranda do programa de pós-graduação em genética, conservação e biologia evolutiva do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Carolina Sousa de Sá Leitão.

A espécie de água doce de pequeno porte é conhecida como carazinho ou acará-anão. A pesquisadora do Inpa acredita que a alteração no percurso do rio Cuieiras pode ter funcionado como barreira geográfica para a distribuição e fluxo gênico das populações de Apistogramma.

Comprovada essa alteração, pretende-se verificar o nível de diferenciação genética entre as populações, sua distribuição, e se essas espécies podem ser consideradas uma população distinta ou uma única população.

Ainda de acordo com a doutoranda, o gênero Apistogramma foi escolhido para o estudo devido ao seu alto valor comercial, à variedade de espécies que ele apresenta (mais de 64 válidas), e por ser um dos mais adaptáveis e resistentes da Região Amazônica.

Coleta

Durante a coleta dos peixes para averiguação, nos pontos extremos do rio Cuieiras e do Tarumã-Mirim, ambos afluentes do Rio Negro (estado do Amazonas), só foi possível encontrar uma das espécies em cada localidade. Já em outros dois pontos, foram coletadas as duas.

Duas hipóteses podem ajudar a esclarecer o que aconteceu com essas espécies de peixes: a vicariância e a dispersão. “A primeira, consiste no surgimento de uma barreira geográfica em determinado ambiente que forçou a divisão de uma população, ocasionando a formação de duas espécies diferentes; e a segunda, diz respeito à ultrapassagem de barreira por uma população por meio de dispersão, fazendo com que duas novas espécies se originem”, explica Carolina.

>> Leia mais sobre a pesquisa.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



17/02/2014 14:04


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