Mudança na CLT divide paulistanos
O projeto que permite aos sindicatos de trabalhadores e empresas acertarem acordos suspendendo pontos da lei trabalhista divide os paulistanos, que na maioria estão mal informados sobre as mudanças.
Entre os que tomaram conhecimento do projeto, 47% são a favor de sua aprovação pelo Congresso e 46% são contra, revela pesquisa Datafolha realizada anteontem. No geral, 52% dos paulistanos disseram apoiar a flexibilização da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e 40% a desaprovam.
Em votação na última quarta-feira, anulada em razão de uma pane no painel, 255 deputados votaram a favor da alteração, e 206 foram contra.
Apenas 39% dos entrevistados se consideram bem ou mais ou menos informados sobre o projeto. Nem tomaram conhecimento da discussão 45%, e outros 16% afirmam que estão mal informados.
Para analistas e sindicalistas, a reforma proposta pelo Governo chega num momento em que o sistema sindical passa por sérios problemas. (pág. 1 e cad. Dinheiro)
O estado arca com 25% dos recursos, e os agricultores com a mão-de-obra, contribuem com 10% do custo. O restante é repassado a fundo perdido pelo Banco Mundial. Segundo a procuradora-geral do estado, há 324 ações contra associações que não prestaram contas. (pág. 1, A12 e A13)
A proposta foi anunciada diante da impossibilidade de chegarem a um compromisso para a criação de órgãos legislativos e executivos mais amplos. Segundo negociadores, haverá um acordo, mas menos ambicioso do que se esperava no início do encontro. (pág. 1 e A17)
Na manhã de ontem, finalizava um decreto, parcialmente divulgado pelos jornais locais, que incluiria a dolarização dos depósitos a prazo fixo, a limitação a US$ 1.000 dos saques mensais das contas e medidas extras para dificultar a saída de dinheiro do país. (pág. 1 e B10)
EDITORIAL
"O confronto real" - A era FHC tem a seu favor o sucesso da estabilização de preços, mas o fracasso dos modelos usados para alcançá-la.
Como políticas econômicas equivocadas podem ter gerado resultados louváveis? O paradoxo desaparece quando se aceita que o sucesso pode ter resultado de outros fatores, e não das políticas econômicas. E o sucesso da estabilização, inegável, é relativo. Sete anos depois, repousa sobre bases frágeis que a política econômica é incapaz de corrigir.
O Plano Real era uma reforma monetária inserida numa reforma econômica ampla. No dia-a-dia, o plano se traduzia em políticas de gerenciamento de taxas de juros e de câmbio.
O sucesso da estabilização se deve sobretudo ao sucesso da desindexação (fim do repasse automático da inflação a preços e salários). A reforma seria complementada por outras, estruturais, no sistema de impostos, na Previdência e na legislação trabalhista. Afinal, nas suas origens, a teoria da "inflação inercial" explicava a inflação como resultado de conflitos pela distribuição de renda.
Ao lado da indexação, a ordem tributária, a previdenciária e a trabalhista regulam a distribuição de renda. (pág. A2)
COLUNA
(Painel) - Os governadores do PFL alegam que vêm sendo pressionados pela base do partido para lançar Roseana oficialmente. "É mais fácil para todos fazer campanha com uma candidata forte e sem o desgaste de ser governista", explica um governador.
12/02/2001
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