Museu Histórico do Senado homenageia Nelson Carneiro



O Dia Internacional dos Museus foi comemorado nesta quarta-feira (17) pelo Museu Histórico do Senado com uma homenagem ao seu fundador e patrono, o senador Nelson Carneiro (1910-1996). Presidente do Senado entre 1989 e 1990, Carneiro teve aprovada em 1991 sua proposta de criação do museu, que guarda principalmente obras de arte, móveis e objetos remanescentes das duas primeiras sedes do Senado - os palácios Dos Arcos e Monroe, localizados no Rio de Janeiro.

Durante a cerimônia, realizada um dia antes da data oficial do Dia do Museu, foi inaugurado um busto do senador no Salão Nobre do Senado, onde uma pequena amostra das obras do acervo está exposta, no aguardo da construção da sede definitiva. Segundo a presidente do Conselho Curador do museu, Carmem Carneiro, viúva do senador, o prédio deverá ser construído num terreno do Senado próximo ao Serviço Médico.

- Além de ter sido um defensor da causa da emancipação feminina, e o autor da Lei do Divórcio, o Nelson era um homem voltado para a cultura - relembrou a viúva do senador, que definiu o museu como um "livro aberto", um lugar onde se aprende vendo, de maneira dinâmica.

No evento discursaram também o senador Tião Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente do Senado, representando o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). Rememorando os feitos de Nelson Carneiro, Tião Viana observou que ele apresentou a emenda constitucional pela qual se estabeleceu o parlamentarismo em 1961, permitindo a posse do vice-presidente João Goulart, quando da renúncia de Jânio Quadros, evitando um golpe de estado.

- Já disseram que um país sem memória está condenado a repetir seus erros - disse em seu pronunciamento o senador Efraim Morais (PFL-PB). Segundo ele, os senadores "têm feito a sua parte", e podem receber flores pelo seu trabalho, o que foi uma referência às flores recebidas por Carmem Carneiro. Ela havia dito que os senadores não têm recebido flores em função do trabalho que têm feito, mas que o Senado está de parabéns.

De acordo com o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, Nelson Carneiro deve ser lembrado pelo seu trabalho em prol de melhorias legais para os indivíduos nas suas relações familiares. A ele devem a mulher casada, por poder se emancipar; os filhos "ilegítimos", por poderem reivindicar a igualdade com os filhos reconhecidos; e as mulheres sem vínculo matrimonial formal com seus companheiros, por terem reconhecidos os seus direitos de esposas.

Também discursou a chefe do museu, Tânia Toledo, que chamou a atenção para o valor da arte na formação da cultura e da consciência de um povo. Com base nesse conceito, a comemoração de ontem contou com a interpretação do Hino Nacional pelo músico Beto Seba e apresentação teatral pelo grupo Mirabolantes Circo Novo. Em seguida, foi aberta a exposição do artista plástico Vicente Roberto Sgreccia, funcionário do Senado.

17/05/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


O Pai do Divórcio", livro em homenagem a Nelson Carneiro, foi lançado no Senado

Senado lança nova edição sobre Nelson Carneiro

Viúva de Nelson Carneiro lança livro sobre autor da Lei do Divórcio

SENADO HOMENAGEIA NÉLSON GONÇALVES

RÁDIO SENADO HOMENAGEIA NELSON GONÇALVES

Programa da Rádio Senado homenageia Nelson Cavaquinho