Na Bélgica, presidenta diz que não há espaço para monopólio em negociações internacionais
Em virtude dos confrontos no Oriente Médio e no Norte da África, a presidenta Dilma Rousseff pediu nesta terça-feira (4) que os países se empenhem no que chamou de “diplomacia preventiva”. Segundo ela, é possível prevenir conflitos e tentar impedir o agravamento da violência por meio do diálogo e da busca de acordos.
Em campanha pela ampliação de várias instituições mundiais, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Fundo Monetário Internacional (FMI), Dilma Rousseff ressaltou que a atuação em defesa da paz e do equilíbrio das nações não pode ser papel apenas de alguns países. “Isso não é monopólio de alguns”, disse. “As Nações Unidas precisam estar à altura de um mundo multipolar”.
A declaração ocorreu durante a 5ª Cúpula Brasil-União Europeia, quando a presidenta se reuniu com os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy; e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso; além de ministros brasileiros.
Ajuda conjunta
Dilma Rousseff defendeu ainda que a união na comunidade internacional é a alternativa para combater a “pobreza estrutural” que atinge vários países africanos. A presidenta sugeriu, por exemplo, que os programas de transferência de renda desenvolvidos no Brasil, como o Bolsa Família, podem ser executados no continente africano com apoio da União Europeia.
“Podemos multiplicar as ações bem-sucedidas”, ressaltou ela, indicando a disposição brasileira em colaborar com ações conjuntas de equilíbrio social. A presidenta lembrou que, no Brasil, os esforços visam a combater a pobreza e a intolerância como um conjunto.
Paralelamente, Brasil e União Europeia assinaram nesta terça-feira uma série de acordos nas áreas de turismo, ciência e tecnologia, educação e cultura. Para Dilma, a tendência é incrementar as parcerias entre europeus e brasileiros, incluindo as áreas de comércio e economia.
A presidenta lembrou que, em 2010, o comércio entre Brasil e União Europeia superou US$ 82 bilhões. Segundo ela, a meta é aumentar o valor para US$ 100 bilhões. A previsão é baseada na elevação de 26,7% dos dados de 2009 a 2010.
Também existem indicações de que as parcerias entre Mercosul e União Europeia estão sendo bem-sucedidas, e um acordo de livre comércio entre os blocos pode ser fechado em 2012. Segundo especialistas, com o acordo, as possibilidades de intercâmbio e até de geração de empregos serão multiplicadas.
Apoio belga
Na segunda-feira (3), o primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme, confirmou o apoio do país ao Brasil em defesa da ampliação do Conselho de Segurança. Segundo ele, o esforço brasileiro é legítimo e a reforma do conselho, necessária. Atualmente o Conselho de Segurança tem 15 lugares, dos quais cinco são fixos (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) e os demais, rotativos (Bosnia e Herzegovina, Alemanha, Portugal, Brasil, Índia, África do Sul, Colômbia, Líbano, Gabão e Nigéria).
Para o Brasil, o ideal é ampliar a estrutura para pelo menos 25 lugares. Segundo integrantes do governo, o órgão não reflete o mundo atual, mas o período em que foi criado, após a Segunda Guerra Mundial.
Fonte:
Agência Brasil
04/10/2011 10:51
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