NABOR COBRA MAIS RESPONSABILIDADE NA PROGRAMAÇÃO DE TELEVISÃO



NABOR COBRA MAIS RESPONSABILIDADE NA PROGRAMAÇÃO DE TELEVISÃO

Um código com princípiosverdadeiramente éticos para as emissões de TV. Foi o que pediu, nesta sexta-feira (dia19), o senador Nabor Júnior (PMDB-AC). Para ele, "há que se cobrar dosconcessionários do Poder Público uma responsabilidade mais concreta quanto àprogramação que mandam ao ar".
Nabor Júnior pediu a transcrição, nos anais do Senado, de artigo escrito pelopresidente da Radiobrás, jornalista Carlos Zarur, publicado pelo Jornal do Brasil. Otexto ressalta o "descontrole das grades das emissoras comerciais", cujosprogramas jornalísticos mostram "as cenas de horror que vivemos ultimamente" ea programação de entretenimento "fomenta a violência que nos agride dentro decasa".
O dirigente da Radiobrás culpa a violência na programação pela "explosão deagressões irracionais que assustam a sociedade". Para ele, é necessário que atelevisão, como um dos mais persuasivos condutores sociais, assuma sua responsabilidade."Não podemos conviver com a hipocrisia de ter, em um mesmo veículo, os dois ladosda moeda: a causa do crime e sua denúncia", citou Nabor Júnior, da tribuna doplenário.
O senador ressaltou que o autor da chacina em um cinema paulistano "optou pelo uso deuma arma leve e poderosa por saber que alcançaria assim uma divulgação muito maior paraseu desvairado comportamento". Ao comentar a chacina, o parlamentar se dissefavorável ao projeto de lei que restringe o comércio regular de armas no Brasil, masressalvou que o arsenal dos criminosos não foi adquirido com nota fiscal.
– Ignorar esse pressuposto terá apenas um sentido: o de iludir a sociedade,fazendo-a acreditar que, ao evitar que o cidadão compre um revólver, em busca desegurança pessoal, o Estado terá cumprido seu dever. Nada mais falso! – afirmou.
Nabor Júnior ressaltou que o acusado de vender a metralhadora ao assassino do shoppingtambém traficava drogas e estava em liberdade condicional. O senador criticou "aprecariedade do sistema penal e carcerário nacional, que não consegue manter atrás dasgrades indivíduos notoriamente nocivos à sociedade".
O parlamentar citou também entrevista do especialista em segurança norte-americano JamesWygand, publicada pela revista Veja. Para Wygand, o Brasil tem de se cuidar para queoutros desequilibrados não cometam outras chacinas, inspirados no "sucesso" queo caso da chacina no cinema obteve na mídia.
Por fim, o senador perguntou se o desfile de jovens nuas em bailes funk na periferia doRio de Janeiro não são uma conseqüência da erotização precoce de meninas emprogramas infantis. O senador lembrou imagens de meninas de menos de sete anos de idadedançando sobre uma garrafa no chão, que chamou de "coisas sórdidas".
– Como evitar que, poucos anos depois, já adolescentes, inteiramente despidas, elasrepitam essa coreografia grotesca? – indagou.



19/11/1999

Agência Senado


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