NABOR, JONAS E BENEDITA DEFENDEM ABATE DE DÍVIDAS COM RECURSOS DA PRIVATIZAÇÃO
Os senadores Nabor Júnior (PMDB-AC), Jonas Pinheiro (PFL-MT) e Benedita da Silva (PT-RJ) defenderam resolução do Senado segundo a qual 50% do dinheiro arrecadado com as privatizações deve ser empregado no abatimento das dívidas estaduais. Jonas e Benedita manifestaram preocupação com a possibilidade de utilização eleitoreira desse dinheiro, enquanto Nabor sustentou a necessidade de parcimônia na aplicação dos recursos obtidos com a venda de estatais.
Nabor Júnior lembrou que a União praticamente dobrou a sua dívida interna, porque teve de emitir títulos, através do Banco Central, para cobrir as dívidas estaduais e municipais, dentro de uma negociação de ajuste fiscal da União com os estados:
- Só de São Paulo foram mais de R$ 50 bilhões que a União teve que assumir - afirmou.
Segundo Nabor Júnior, se estados e municípios continuarem endividados, quem vai pagar a conta são a União e a sociedade como um todo:
- A União vai ficar inviabilizada, porque vai ficar constantemente endividada, sem condições de pagar as dívidas dela própria, dos estados e dos municípios. É preciso que haja realmente uma maior parcimônia na aplicação desses recursos, sobretudo das privatizações. Uma parte, acho que pode ser investida, mas uma parte poderia ser aplicada na redução das dívidas que esses estados têm, principalmente perante a União.
Já o senador Jonas Pinheiro advertiu que, com a possibilidade de reeleição, muitos governadores poderão gastar o dinheiro da venda das estatais na campanha política. Para o senador, é fundamental pagar a dívida pública:
-A dívida é do estado, alguém tem que pagar. Por que não pagar com a venda das estatais? Por que deixar esse dinheiro solto na mão dos governadores que vão gastar, sem nenhum mérito para o estado, apenas com esta vontade de ganhar eleição às custas do povo desse estado?
A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) também defendeu a resolução do Senado, manifestando apreensão com o uso indevido do dinheiro das privatizações.
- Eu acho que deve prevalecer a resolução, pois ela é ética, ela vai contra os abusos cometidos por aqueles que tencionam fazer uso desse dinheiro público com obras eleitoreiras. Portanto, nós apoiamos essa resolução, porque ela, eu poderia até dizer, não resolve todos os males, mas pelo menos os inibe.26/02/1998
Agência Senado
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