NABOR JÚNIOR ALERTA O GOVERNO PARA IMPACTO DE AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS SOBRE INFLAÇÃO



Ao comentar notícias de que até o final de março os derivados de petróleo terão novo aumento, da ordem de 10%, o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) alertou o governo para o perigo de "confiar na força da recessão como o único freio ainda disponível para a disparada inflacionária". Ele sugeriu uma ação conjunta do governo e das empresas que operam no setor energético, "para evitar que os preços internos dos derivados do petróleo sofram ainda novos e insuportáveis aumentos".Fiar-se na recessão como instrumento de controle inflacionário "seria não confiar na capacidade gerencial e moral do governo", afirmou.Para o senador, cabe ao poder público dar o primeiro passo reduzindo a excessiva carga tributária incidente sobre a gasolina e promovendo rigorosa fiscalização dos produtores, intermediários e varejistas, para que estes não aumentem sua margem de lucro com a renúncia fiscal, como teria ocorrido no Rio de Janeiro.Conforme Nabor Júnior, a gasolina poderia sair das refinarias custando pouco mais de R$ 0,60 o litro, não fossem os diversos impostos federais e estaduais que elevam este custo a R$ 1,19, valor "inflado em mais uns 10% no trajeto até os tanques dos postos". Essa carga tributária "é abusiva e deve ser revista com seriedade e urgência, antes que a sociedade seja massacrada por mais um aumento que será o gatilho capaz de detonar um novo surto inflacionário", reiterou o senador.Não se trata de alarmismo, enfatizou, pois as estatísticas oficiais demonstram que, em 1999, os 46,6% de aumento nos preços internos dos combustíveis foram fator decisivo para os 10,21% de inflação registrados no ano.Em aparte, o senador Geraldo Melo (PSDB-RN) observou que, em 1998, quando houve redução nos preços do petróleo no mercado internacional, ela não redundou em diminuição dos preços internos. "Ou estamos praticando uma política suicida ou algo está muito errado com a eficiência das unidades produtoras do país", disse. Ramez Tebet (PMDB-MS) concordou com Nabor Júnior quanto às conseqüências inflacionárias - e seu impacto social - decorrentes do aumento dos combustíveis. José Alencar (PMDB-MG), por sua vez, destacou a influência que qualquer aumento nos preços dos derivados do petróleo tem sobre os custos do transporte no país, incompatíveis com o desígnio de alcançar maior competitividade no mercado internacional.

10/01/2000

Agência Senado


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