Nabor Júnior se preocupa com aumento de inflação e votação de reformas
Na transição do atual para o próximo governo, duas questões vêm preocupando o senador Nabor Júnior (PMDB-AC): o crescimento da inflação e a implementação das reformas tributária, política, previdenciária e do Judiciário. Sobre o processo inflacionário, Nabor observa, com base em experiências recentes da história política do país, que o momento de mudanças governamentais tem se mostrado propício para empresários, produtores e agentes econômicos promoverem reajuste de preços.
No último mês do governo José Sarney, sucedido por Fernando Collor, o senador peemedebista lembra que a inflação -disparou e chegou a quase 70%-. -Isso acontece hoje de novo-, assinalou. Nabor Júnior criticou, em especial, as freqüentes remarcações de preços dos gêneros alimentícios, que já teriam levado a cesta básica a alcançar o valor do salário mínimo em vigor, ou seja, R$ 200,00. No início do ano, comparou, a cesta básica custava pouco mais de R$ 120,00.
Enquanto cobra medidas do presente governo para controlar e prevenir -a escalada da inflação-, o parlamentar afirma que esse desafio também deve ser prioridade na gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Nabor, desconfiado de que os índices de inflação real estejam muito acima dos divulgados pela imprensa, o país vive uma grande expectativa sobre o que o novo governo irá fazer em favor da população.
REFORMAS
Essa expectativa da população em relação à derrubada da inflação também se estenderia à postura do novo governo frente às reformas. A esperança de Nabor Júnior é de que, pelo menos, a reforma do Judiciário seja aprovada ainda nesta legislatura. Sua votação pelo Plenário do Senado está prevista para a próxima semana. Um dos pontos de maior destaque na proposta, na sua opinião, é a súmula vinculante, que atrela as decisões das instâncias inferiores às dos tribunais superiores e deve ajudar a dar celeridade à Justiça.
Nabor Júnior ressalta o caráter polêmico de todas as reformas, situação que se já foi superada pela do Judiciário, ainda persiste nas demais. O impedimento maior à aprovação da reforma tributária, no seu ponto de vista, é a falta de consenso entre contribuintes, ansiosos por pagar menos tributos, e entes da Federação, relutantes em aceitar possíveis perdas de arrecadação. Drama semelhante se estende à reforma previdenciária, que envolve uma queda-de-braço entre governo, contribuintes e beneficiários, e à política, cujos itens mais controvertidos e importantes, para Nabor, são a fidelidade partidária e a cláusula de barreira para a representação na Câmara dos Deputados.
22/11/2002
Agência Senado
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