Nelson Jobim e Alberto Cardoso detalham sistema eletrônico de votação



O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim, opinou que o sistema eletrônico de votação utilizado no Brasil é "rigorosamente moderno, absolutamente avançado e assegura total tranqüilidade" ao pleito eleitoral de outubro próximo. Já o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Alberto Cardoso, destacou que o sistema de segurança criptográfica elaborado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações (Cepesc) foi projetado para garantir a não adulteração dos dados.

Nelson Jobim e Alberto Cardoso participaram na tarde desta quarta-feira (19) de audiência pública da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência e da Comissão Especial de Reformas Políticas da Câmara dos Deputados. Primeiro a se pronunciar, o general Cardoso forneceu informações sobre o sistema desenvolvido pelo Cepesc (órgão da estrutura do seu gabinete) para garantir a inviolabilidade dos resultados das urnas no momento da transmissão dos votos de cada seção eleitoral para os computadores totalizadores.

- Na verdade, o programa foi projetado para garantir que os dados não sejam adulterados, e não para torná-los sigilosos. Os dados protegidos são de conhecimento público, visto que constam do boletim de urna. O Cepesc produziu um modelo criptográfico empregado apenas para a cifração. Após a votação em cada seção eleitoral, esse módulo cifra o boletim de urna e o armazena em disquete. Os dados são transmitidos para os computadores totalizadores do TSE, onde serão decifrados - explicou Alberto Cardoso.

O ministro Alberto Cardoso rebateu notícias de que o programa de criptografia elaborado pelo Cepesc é secreto e que o órgão poderia interagir com o sistema operacional da urna eletrônica e adulterar os resultados da votação. Ele disse que o próprio TSE conhece o código-fonte do módulo criptográfico e que uma comissão de especialistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) avaliou todo o sistema informatizado das eleições e concluiu que a criptografia "é robusta e não interfere, nem adultera, os votos dos eleitores".

Jobim - Com detalhes, o ministro Nelson Jobim falou sobre o sistema de votação eletrônica, que está pronto para receber os votos dos mais de 115 milhões de eleitores cadastrados. Ele informou que entre os dias 6 e 10 de agosto será realizada audiência pública com a participação de representantes dos partidos políticos para que sejam apresentadas as versões finais de todos os oito programas que integram o sistema de votação. Após o estudo detalhado pelos partidos, os programas deverão ser homologados.

O presidente do TSE também comunicou aos parlamentares que foram acatadas sete das oito recomendações feitas pela Unicamp no relatório final da avaliação do sistema informatizado de eleições. Apenas a sugestão de que o código-fonte do núcleo do aplicativo e seus acessórios fossem analisados por especialistas independentes do TSE não foi aceita, por falta de tempo hábil. "Mas vamos fazer antes da eleição de 2004", antecipou Jobim.

Durante os debates, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) perguntou ao presidente do TSE se ele não deveria se afastar do cargo em virtude dos seus laços de amizade com o candidato do PSDB, senador José Serra (SP). Suplicy disse que a permanência de Jobim poderia comprometer a imparcialidade da eleição e dar margem a questionamentos sobre decisões que possam vir a ser tomadas. O ministro respondeu que o assunto é jurídico, e não político, e que ele somente se pronunciaria a respeito se for feita alguma representação neste sentido.

Falando em nome da liderança do seu partido, o senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS) parabenizou o trabalho do TSE e do Cepesc na elaboração de um sistema confiável de votação eletrônica. Ele disse que o voto por meio da urna eletrônica é uma contribuição decisiva para a melhoria da cultura democrática do Brasil. Juvêncio opinou que o sistema evitará as fraudes no processo eleitoral.



19/06/2002

Agência Senado


Artigos Relacionados


Nelson Jobim e general Alberto Cardoso falam de segurança das urnas eletrônicas

Eduardo Azeredo elogia sistema eletrônico de votação

CCJ fará seminário para discutir sistema eletrônico de votação

SENADO VOTA PROJETO SOBRE SISTEMA ELETRÔNICO DE VOTAÇÃO

Ministério da Defesa - Nelson Jobim

Sarney vai à posse de Nélson Jobim no STF