Neuto de Conto critica "visão equivocada" de líderes mundiais sobre preços dos alimentos
Depois de ter participado no último fim de semana da reunião do Parlamento do Mercosul, na Argentina, o senador Neuto de Conto (PMDB-SC) criticou, em discurso, a "visão equivocada" doslíderes dos países desenvolvidos sobre a produção de álcool combustível no Brasil e sua ligação com a devastação da Amazônia. Os críticos, disse o senador, desconhecem que o clima da Amazônia não serve para a produção de cana, por causa da elevada umidade.
Salientou que os preços dos alimentos têm subido pela conjugação de fatores como aumento do consumo mundial, elevação dos preços do petróleo, redução dos estoques e altos gastos com subsídios por parte dos países ricos. O açúcar tem um subsídio de 75% na Europa e, o milho, de 35% nos Estados Unidos, afirmou. Neuto de Conto concorda que o uso do milho para produção de etanol nos Estados Unidos tem pressionado os preços dos alimentos - "Afinal, estão fazendo combustível com um cereal", destacou.
- O álcool de cana não pressiona nem a Amazônia e nem os preços dos alimentos. O Brasil usa apenas dois por cento do seu território no plantio de cana para produção de álcool e açúcar. A cana oferece ao Brasil 30 milhões de toneladas de açúcar, das quais 20 milhões são exportadas. Nossa cana ajuda a reduzir a fome no mundo - salientou.
Neuto de Conto disse que, conforme os argentinos informaram ao Parlamento do Mercosul, será construído na Argentina um trecho de rodovia de 42 quilômetros que vai completar a ligação bioceânica - do litoral de Santa Catarina (Oceano Atlântico) ao Chile (Oceano Pacífico). Na parte brasileira, falta um trecho da BR-282.
Em aparte, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) informou que o trecho, que sai de São Miguel do Oeste (SC) rumo à Argentina, estará pronto no mais tardar no início de 2009.
01/07/2008
Agência Senado
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