Neuto de Conto protesta contra críticas externas à produção de alimentos no país



Críticas internacionais dando conta de que grande parte das terras agricultáveis brasileiras está sendo usada para a produção de bioenergia em detrimento da produção de alimentos, só podem vir de pessoas que estão a serviço de alguém ou não conhecem o Brasil. A afirmação foi feita nesta terça-feira (9) pelo presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), senador Neuto de Conto (PMDB-SC), durante audiência pública para discutir a crise mundial da produção e dos preços dos alimentos.

Para Neuto de Conto, as críticas são infundadas, uma vez que, enquanto o mundo neste início de século, reduziu em cerca de 50% seus estoques de alimentos, com destaque para os grãos, o Brasil aumentou as suas exportações em 38% .

- O Brasil não é o responsável pela falta de alimentos no mundo, mas sim os países que exploram a produção de insumos agrícolas, com destaque para os fertilizantes que sofrem constantes majorações - salientou Neuto de Conto.

O presidente da CRA pregou também uma política agrícola estratégica para a produção de alimentos, incluindo aí a de insumos básicos.

Debates

O senador José Nery (PSOL-PA), autor do requerimento que resultou na realização da audiência pública, defendeu a adoção de uma política de segurança alimentar efetiva, voltada para atender os brasileiros mais pobres. Ele também mostrou-se preocupado, juntamente com o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), a respeito do aumento da área plantada de cana-de-açúcar, usada para fabricação de etanol, em detrimento da produção de alimentos. Marcelo Costa Martins, assessor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) informou, em resposta, que a produção de etanol atinge apenas 0,5% da área total utilizada para a agricultura.

Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu a manutenção de estoques de grãos para equilibrar o mercado e manter preços estáveis. Sílvio Farnese, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, informou que, atualmente, o governo mantém 1,100 milhões de toneladas de arroz, em resposta ao senador João Pedro (PT-AM), que solicitou ainda ações para beneficiar tanto os produtores quanto os produtos da Amazônia, a exemplo da castanha e da seringueira. 



09/09/2008

Agência Senado


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