Neuto de Conto destaca potencial da produção de caprinos e ovinos para economia do país
Durante a audiência pública que discutiu potencialidades e problemas da cadeia produtiva de ovinos e caprinos no Brasil, o presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), senador Neuto de Conto (PMDB-SC), apontou o segmento como "extraordinário nicho", especialmente para o desenvolvimento da agricultura familiar brasileira.
- Em breve, o país será o maior produtor e o maior exportador de produtos lácteos do mundo - frisou o senador, destacando a participação da ovinocaprinocultura na produção de leite e queijos.
Ao lembrar a preocupação mundial com a produção de alimentos, o parlamentar considerou equivocada a crítica de que o Brasil estaria substituindo áreas destinadas a cultivos alimentares pelo plantio de cana-de-açúcar, para produção de etanol.
- O Brasil está entre os grandes exportadores de produtos agrícolas do mundo. Enquanto os estoques mundiais de alimentos caíram em cinqüenta por cento, apenas nos sete primeiros anos deste século, a exportação de alimentos no Brasil aumentou em duzentos e quarenta por cento - frisou ele.
Neuto de Conto elogiou as políticas públicas de apoio ao setor agrícola brasileiro e destacou avanços contidos no Plano Safra 2008/2009, lançado na semana passada pelo governo federal. Para ele, trata-se de um "plano de governo" e não apenas dos ministérios ligados ao setor, que reúne elementos capazes de assegurar a continuidade de um crescimento "gradativo e permanente" da agricultura. O parlamentar também destacou outras ações que foram implementadas, como a edição da Medida Provisória 432/08, que dispõe sobre a recomposição das dívidas rurais e a ampliação do seguro agrícola.
- O resultado obtido pela agricultura brasileira nos leva a afirmar, com toda a segurança, que o setor será responsável por cinqüenta por cento do Produto Interno Bruto do país, já na próxima década - opinou ele.
Alimentos
Presente ao debate, João Tenório (PSDB-AL) apontou a ovinocultura como uma "opção interessante" para o Nordeste e uma alternativa para o aumento da oferta de alimentos, podendo ainda favorecer a liberação de áreas para a produção de grãos.
Ao comentar o momento atual de alta de preços dos alimentos e de restrição de oferta em muitos países, João Tenório afirmou que a crise se deve ao desestímulo gerado pela defasagem nos preços das commodities agrícolas nos últimos 15 anos e à estagnação da área cultivada, no mesmo período.
- A crise da falta de alimentos não estourou cinco anos atrás devido a um admirável crescimento de produtividade do setor, que segurou o abastecimento até o momento. O que ocorre hoje é uma tentativa de reposição dos preços, o que voltará a estimular o crescimento da produção agrícola - opinou o senador.
10/07/2008
Agência Senado
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