Nordeste e Sul terão 150 mil toneladas de milho para alimentação de animais
Cereal será comprado pelo governo dos estados do Paraná e Mato Grosso no valor de R$ 95 milhões
Produtores das regiões Nordeste e Sul terão 150 mil toneladas de milho garantidas para a alimentação de animais até o fim do ano. O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou, na terça-feira (2), que serão lançados contratos de opção de venda para adquirir o cereal dos estados que produzem o milho.
Cerca de R$ 95 milhões serão gastos para a compra do produto. Os criadores de aves e suínos dessas regiões poderão comprar o milho do governo federal na modalidade venda em balcão, que beneficia pequenos criadores com preços subsidiados e é operacionalizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa é recuperar, na venda, cerca de R$ 40 milhões.
Metade do produto, ou seja, 75 mil toneladas, deve ser transportada do Paraná aos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O restante, de Mato Grosso aos estados do Nordeste do País.
O cereal será comprado por um preço acima do valor de mercado porque, quem adquirir as opções de venda, terá que entregá-lo em armazéns definidos pelo governo nas duas regiões que sofreram com a seca prolongada este ano.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, explicou que a compra é necessária para complementar o abastecimento. “Os estoques do governo estão diminuindo e temos compromissos já assumidos [com leilões para atender aos criadores do Sul e Nordeste]. Com a regularização do frete, precisamos adquirir mais milho”, disse.
Estoques
O problema com o frete nos últimos meses foi resolvido na segunda-feira (1º), conforme anunciou o Mapa. A dificuldade no transporte de milho foi causada pelo crescimento da demanda por caminhões e por novas regras que aumentaram o tempo de entrega e o preço das tarifas.
Dos 33 lotes da Conab para contratação de frete ofertados na última sexta-feira (28), 32 foram negociados e deverão transportar 111,3 mil toneladas de milho dos estoques para a Região Nordeste.
O Exército brasileiro foi acionado para realizar o transporte do milho do estado produtor para os locais com escassez.
Estiagem
Para apoiar os produtores rurais que sofrem com a estiagem e amenizar a situação, o governo conta com uma série de ações. Também conhecido como auxílio emergencial, o Bolsa-estiagem é um benefício que oferece apoio aos agricultores familiares com renda mensal média de até dois salários mínimos, que vivem em localidades onde foi decretado estado de calamidade pública ou situação de emergência. Esse benefício consiste na transferência de R$ 400 por família, repassados em até cinco parcelas de R$ 80.
Já o Garantia-Safra é uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) voltado para pessoas da região Nordeste do País, área norte de Minas Gerais, Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha, também em Minas Gerais, e da área norte do Espírito Santo, que sofrem perderam safra por motivo de seca ou excesso de chuvas.
Os agricultores dos municípios em que forem detectadas perdas de, pelo menos, 50% da produção de algodão, arroz, feijão, mandioca, milho ou outras atividades agrícolas de convivência com o semiárido, receberão a indenização prevista pelo Garantia-Safra diretamente do governo federal, em até seis parcelas mensais, por meio de cartões eletrônicos da Caixa Econômica Federal.
O valor do benefício e a quantidade de beneficiados são definidos anualmente durante a reunião do Comitê Gestor do Garantia-Safra.
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Fonte:
Agência Brasil
Ministério do Desenvolvimento Agrário
03/10/2012 16:11
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