Novo prefeito de Gravatá já enfrenta primeira crise







Novo prefeito de Gravatá já enfrenta primeira crise
Joaquim Neto assumiu interinamente a Prefeitura na sexta-feira. No sábado pela manhã, todos os secretários renunciaram. Com a morte do titular Sebastião Martiniano, no sábado à noite, Joaquim é efetivado no cargo

O novo prefeito de Gravatá, Joaquim Neto (PSDB), enfrenta a primeira crise política na sua administração. Ele assumiu interinamente a Prefeitura na última sexta-feira, após o então prefeito, Sebastião Martiniano (PFL), pedir uma licença de dez dias para tratar da saúde. Com a morte do pefelista no último sábado à noite, vítima de enfarte, o tucano foi efetivado no cargo.

Após tomar posse na sexta-feira, Joaquim Neto convocou o secretariado para uma reunião no sábado pela manhã. No encontro, os 16 secretários presentes decidiram entregar os cargos. Os dois que faltaram também renunciaram. O motivo da demissão coletiva foi o fato de o tucano ter pedido a saída do secretário de Administração e Finanças, Edson Mattos. “Joaquim Neto demonstrou que queria governar o município com os seus auxiliares, nem que fosse por apenas dez dias”, disse o ex-secretário de Governo Gilberto Gueiros, que não foi à reunião.

Joaquim Neto tinha rompido com Sebastião Martiniano desde o final do ano passado. Por isso, o pefelista – que estava internado no Recife desde o dia 27 de março – não quis se afastar imediatamente da Prefeitura e pediu uma autorização da Câmara de Vereadores para despachar no hospital.

O novo prefeito, no entanto, contesta a versão apresentada por Gueiros. Segundo ele, os secretários já chegaram à reunião com a decisão de renúncia coletiva, porque, segundo Joaquim Neto, “se negaram a prestar algumas informações”. “Apesar da demissão coletiva, vou procurar alguns secretários. Quem tiver compromisso com Gravatá e contar com a aprovação popular poderá retornar ao cargo”, disse o prefeito, assegurando que até a próxima quinta-feira anuncia o novo secretariado.

Sobre os projetos que pretende implantar no município, o tucano garante que dará continuidade ao que vinha sendo feito por Martiniano. “Iria assumir por dez dias para dar prosseguimento ao que vinha sendo feito. Não mudarei agora.”

Indagado sobre porque não foi nem ao velório nem ao enterro de Sebastião Martiniano no Recife, o prefeito preferiu o silêncio. “O que posso dizer é que não tenho problemas pessoais com ninguém. São coisas particulares, que prefiro não comentar”, conclui o prefeito.

Em Gravatá, o maior medo da população é que o município volte a viver o período de incerteza ocorrido quando o ex-prefeito Silas Salgado (PSD) renunciou ao cargo, em fevereiro de 2000, devido às denúncias de irregularidades na administração municipal.


Sebastião Martiniano é enterrado no Recife
O ex-prefeito de Gravatá, Sebastião Martiniano Lins (PFL), 57 anos, foi sepultado ontem à tarde no Cemitério de Santo Amaro. Ele morreu, vítima de um enfarte, no sábado à noite (27), após passar 30 dias no Hospital Santa Joana para tratar de problemas do coração. Durante a Semana Santa, ele sentiu fortes dores no peito e foi internado. Realizou uma cirurgia para colocar pontes de safena e, no último sábado, teve que se submeter a outra intervenção de urgência. Chegou a sair da sala de cirurgia, mas não resistiu. Deixa a viúva Lucia Helena Pinheiro Lins, quatro filhos do primeiro casamento e quatro netos.

Antes de ser prefeito de Gravatá, Sebastião Martiniano tinha exercido um mandato de deputado estadual entre 76 e 79. No Poder Executivo, foi diretor da Secretaria estadual de Ação Social, entre 71 e 75, na Gestão Eraldo Gueiros. Advogado e dono de cartório, sua grande paixão era a propriedade que tinha em Gravatá. “Ele (Martiniano) tinha uma ligação forte com a cidade. Uma paixão mesmo”, lembrou o amigo Gilberto Gueiros, que era secretário de Governo da Prefeitura de Gravatá até sábado (27).

A família não quis realizar o velório do prefeito naquele município por conta das fortes chuvas que caíram na noite do sábado. Mas muitos moradores de Gravatá vieram para prestar a última homenagem a Sebastião Martiniano, que foi velado na Assembléia Lagislativa. Mais de 10 ônibus transportaram líderes comunitários do Agreste para o Recife.


Marco Maciel tenta hoje aparar as arestas do PFL
Com seu jeito diplomático e discreto, o vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL), tenta aparar as arestas internas de seu partido surgidas com o rompimento da legenda com o Governo Fernando Henrique. Na qualidade de anfitrião, ele recebe hoje à noite, no Palácio do Jaburu – residência oficial do vice-presidente, em Brasília –, os integrantes da cúpula do partido, os governadores, prefeitos das capitais, deputados federais e senadores.

No jantar, a discussão vai girar em torno do candidato que o partido vai apoiar para a Presidência da República. Maciel defenderá que a legenda não se vincule oficialmente a nenhum candidato a presidente, para não prejudicar os entendimentos regionais – as alianças que os pefelistas estão firmando nos Estados.

“É um esforço que o vice-presidente Marco Maciel está fazendo para manter a unidade. É um encontro mais informal e afetivo”, revelou um assessor do vice-presidente. Os contatos para confirmar a presença dos líderes pefelistas estão sendo feitos pelo presidente nacional da legenda, senador Jorge Bornhausen, e pelo vice-presidente do PFL, José Jorge.


Programa do PT mostrará vida de Lula
O principal mote do próximo programa nacional do PT, que será veiculado no dia 9 de maio, é mostrar a vida de seu pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. De menino pobre no interior de Pernambuco, passando pela condição de retirante nordestino em São Paulo, e chegando ao que ele é hoje: o principal líder do partido no País. Para registrar essa trajetória de sucesso, o publicitário Duda Mendonça comanda uma equipe de técnicos e produtores que estão percorrendo vários Estados para gravar as cenas.

O marqueteiro de Lula quer mostrar passagens da vida do pré-candidato, mesclando-as com depoimentos sobre os principais pontos do programa de Governo do PT.
Mendonça tem 20 minutos para passar a mensagem “de esperança, de um Brasil que vai dar certo com a chegada de Lula ao Poder”. Antes de relembrar a infância em Caetés, no Agreste de Pernambuco, no sábado, Lula já tinha gravado em São Bernardo do Campo (SP), que retratam a sua experiência no sindicalismo. Também foi até Furnas, em Minas Gerais, para analisar a questão energética e falar sobre sua proposta para o setor.

Em Brasília, gravou com os parlamentares do PT para mostrar o crescimento da bancada no Congresso, ressaltando que sua pré-candidatura tem respaldo e, se eleito, garantirá a governabilidade do País. Já as cenas de Juazeiro (BA), registradas na sexta-feira, irão mostrar as alternativas do partido para a agricultura.


Garotinho de volta ao estado
O pré-candidato do PSB à Presidência da República, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, chega hoje a Pernambuco para participar, às 18h, de um culto gospel, que ocorrerá em Jaboatão dos Guararapes. O evento é organizado pelo deputado federal Salatiel Carvalho (PMDB), que também é evangélico. A expectativa é a de que o culto sirva para divulgar a candidatura de Garotinho e dar visibilidade ao apoio que ele tem dos evangélicos do Estado. Como a agenda não tem um caráter essencialmente político, nenhum líder do PSB pernambucano confirmou presença. Depois do culto, o pré-candidato socialista retorna ao Rio de Janeiro.


Receita Federal aumenta em 40% a capacidade para receber o IR 2002
Órgão reforça sistema de recebimento de dado s. Contribuinte só tem hoje e amanhã (até às 20h) para enviar sua declaração

BRASÍLIA – A Receita Federal vai aumentar em 40% a capacidade do sistema de dados para receber as informações de quem ainda não declarou o Imposto de Renda 2002, ano-base 2001. Como muita gente deixa para declarar nos últimos dois dias, o órgão decidiu reforçar o Receitanet – sistema através do qual o contribuinte envia a declaração – hoje e amanhã. O endereço da Receita na Internet é www.receita.fazenda.gov.br.

Atualmente, o sistema tem capacidade para receber até 150 mil documentos por hora – equivalente a 3 milhões de formulários. A média de entregas tem sido de 50 mil por hora. Entretanto, a Receita trabalha com a possibilidade desse número triplicar nos últimos dois dias. O prazo final para entrega do documento é amanhã.

O contribuinte precisa ficar atento a alguns detalhes. Primeiro: a entrega pela Internet termina às 20h do dia 30 (horário de Brasília). Assim, a entrega às 20h01 já será considerada com atraso. Resultado: multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, limitada ao máximo de 20%. Em qualquer caso, a multa mínima é de R$ 165,74.

Segundo: a entrega pela Internet está sendo feita por cerca de 96% dos contribuintes – até sexta-feira às 17h eram 9,76 milhões dos 10,168 milhões que já tinham entregado. Assim, deixar para terça-feira à tarde ou no início da noite pode trazer problemas.

Embora o sistema da Receita tenha capacidade para receber até 150 mil declarações por hora (mais de 3 milhões por dia), poderá ocorrer sobrecarga no sistema de rede.
GREVE – Os sete mil auditores fiscais da Receita Federal decidiram realizar nova greve de 48 horas amanhã e quinta-feira, com novos atos de protestos nas principais capitais do país, em defesa da aprovação, pelo Congresso Nacional, do projeto de conversão em lei da Medida Provisória (MP) 2.175-29, que rege a carreira.

Foi aprovada também a realização de plantão fiscal alternativo no dia 30 de abril, quando se encerra o prazo para a entrega das declarações de imposto de renda. Os auditores reivindicam ainda um reajuste emergencial linear de 21,66%, a revogação dos atos normativos e portarias que restringem a ação fiscal e facilitam o contrabando no País. Esta é a terceira paralisação da categoria em menos de um mês.

Na última quarta-feira, os auditores fizeram uma paralisação por 24 horas, acarretando, principalmente, dificuldades no ingresso de cargas pelos aeroportos, portos e fronteiras secas.

Nos aeroportos de Cumbica, Viracopos e no Galeão os auditores paralisaram completamente as atividades e realizaram uma operação padrão no desembarque de passageiros. No Rio, o plantão de atendimento ao contribuinte também foi interrompido.

A operação padrão também foi realizada na Estação Aduaneira em Foz do Iguaçu, dificultando o desembaraço de cargas e na Ponte da Amizade, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai com vistoria de todos os veículos. Em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Natal, Fortaleza e Manaus a paralisação das atividades foi quase total.


Editorial

CINEMA EM PERNAMBUCO

Apesar das reiteradas queixas de alguns produtores de eventos - umas procedentes e outras não - de “pouco apoio oficial às atividades culturais”, Pernambuco tem, nos últimos anos, realizado uma série de festivais que se vão impondo em âmbito nacional. Entre os mais destacados, para falar apenas dos que se realizam na capital do Estado, o de música Abril Pro Rock, já na décima edição, o Festival Recife do Teatro Nacional, na sexta, o Congresso Brasileiro de Escritores, na terceira, os de Poetas-Repentistas e, já com prestígio em todo o País, o Festival de Cinema do Recife, que entusiasmou o público presente ao Centro de Convenções, durante a semana passada.

Esta 6ª edição do festival da Sétima Arte, ao mesmo tempo que faz do Recife a capital cinematográfica do País, lembra-nos o fato de que este ano transcorre o 80º aniversário de fundação do nosso cinema. Segundo tem sido divulgado, o pioneirismo do Cinema Pernambucano da fase silenciosa começou em 1922. Naquele ano, lembra Fernando Spencer, dois jovens com muita imaginação, Edson Chagas e Gentil Roiz, idealizaram fazer “filmes de enredo”. A partir de então, o Recife fez parte de um dos ciclos mais importantes dos começos do cinema brasileiro, ao lado de Porto Alegre, Campinas e Cantaguases.

Houve décadas de hibernações e ressurreições dessa arte que, na maioria dos países depende muito dos estímulos estatais para manifestar-se em todas as suas potencialidades. Ainda que possa ser concebida individualmente, para expressar-se exige uma participação coletiva, se possível com tecnologia de ponta sempre a atualizar-se e um trabalho prévio de divulgação. Este será necessário para atrair os espectadores em número suficiente para recuperar, pelo menos, os custos de produção.

Numa das manchetes do Caderno C, deste jornal, informa-se que, neste Sexto Festival de Cinema do Recife, os ‘longas’ decepcionaram, enquanto os ‘curtas’ encantaram os espectadores, nos primeiros dias do evento. São considerados curtos os filme que têm até quarenta minutos de duração. Se eles podem, num festival de cinema, superar em qualidade os longos, que utilizam mais recursos, mais tecnologia, mais pessoal, isto quer dizer que, em arte, é válido o ditado popular para todas as instâncias da vida: “tamanho não é documento”.

O que é promissor, nessa perspectiva de valorização do curta-metragem, único tamanho de filme compatível com os curtos orçamentos disponíveis, é o fato de que quatro pernambucanos foram pré-selecionados para o festival deste ano, dois filmes de ficção em 35mm (Lugar Comum e No Passo da Véia) e dois documentários da mesma bitola (João Cantador e Tejucupapo). Este último vem alcançando prestígio ascendente nos meios cinematográficos do Nordeste, que foi o grade homenageado desse último festival.

A julgar pelo que tem sido dito, o evento cinematográfico do Recife deve receber um apoio cada vez maior dos setores oficiais, nos próximos anos, e isso será uma forma de compensar o velho sonho acalentado na década de setenta do século passado, quando se tentou criar um pólo definitivo de cinema, em Pernambuco. Seria uma forma de reviver o velho Ciclo da década de vinte.

É preciso lembrar, ainda, que novos talentos locais no setor de Cinema começam a impor-se fora do Estado. Pernambuco foi um dos destaques nas premiações do 23º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo, em São Luiz do Maranhão, em junho de 2000. E ainda se fala dos calorosos aplausos ao premiado O Baile Perfumado, dos jovens cineastas pernambucanos Paulo Caldas e Lírio Ferreira.

Nunca é demais repetir o que já dissemos aqui, em outra ocasião: a chamada economia da cultura, com destaque para o cinema, movimenta anualmente bilhões de dólares, em todo o mundo, não só no EUA, na Europa e no Japão, mas em países como a Índia, o Irã e a Austrália, afora a América Latina.


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04/29/2002


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