O que dizem de temas polêmicos









O que dizem de temas polêmicos
Manifestações desvinculadas da gestão administrativa ajudam eleitores a formar perfis de candidatos

Os principais candidatos ao governo do Estado se manifestaram sobre assuntos menos administrativos e mais polêmicos. O conjunto de opiniões possibilita que o eleitor forme o perfil dos que estão na disputa a partir de suas idéias sobre temas como aborto, venda e porte de armas e rigidez na punição aos usuários de drogas.


Aborto

GERMANO RIGOTTO (PMDB) - Sou a favor nos casos previstos em lei, como a gravidez decorrente de estupro.

TARSO GENRO (PT) - Nunca concordei. Não aceito que seja utilizado como método contraceptivo. Concordo quando a lei determina, por exemplo, se representar risco para a mãe. Celso Bernardi (PPB) - Sou totalmente contrário, exceto nos casos previstos por lei.

ANTÔNIO BRITTO (PPS) - Sou contra, salvo nos casos previstos em lei.


Usuários de drogas

RIGOTTO - Defendo menor rigor nas penalidades porque considero o usuário doente que precisa de tratamento e de apoio do Estado.

TARSO - Nem maior nem menor rigor. O usuário deve ser tratado. O Estado precisa ter políticas para essa questão.

BERNARDI - Acho que deve ser dada assistência psicológica e apoio à família. O tratamento aos usuários não pode ser só criminal.
BRITTO - O alvo tem de ser o tráfico.


Voto facultativo

RIGOTTO - Sou totalmente favorável, mas precisamos de no mínimo oito anos para fortalecer o processo de politização.

TARSO - Sou a favor do voto obrigatório porque é necessário que as pessoas tenham responsabilidade sobre as questões públicas.

BERNARDI - Defendo porque o sistema cria uma cultura política mais legítima.


Controle de natalidade

RIGOTTO - Deve existir. A situação do país é tão desigual que há pessoas que não têm o mínimo de assistência.

TARSO - Acredito que o planejamento familiar precisa ser feito através de informação. Com conhecimento, os pais devem ter o direito e a opção de escolher o número de filhos.

BERNARDI - Sou favorável e acredito que a Igreja deve rever seus valores sobre a questão.

BRITTO - Deve ser decidido pela família.


Exército nas ruas

RIGOTTO - Em determinados casos, é necessário, mas só em locais do país onde cresce a ação do crime organizado. Antes de chegar a isso, é preciso instrumentalizar e fortalecer as polícias Civil e Militar.

TARSO - Não concordo. O Exército é uma instituição que existe para defender a soberania nacional e não organização policial.

BERNARDI - Sou contra. O controle de fronteiras é principal atribuição dos militares hoje.

BRITTO - Apenas em casos de emergência.


Proibição de venda e porte de armas

RIGOTTO - Não concordo com a proibição da venda. O bandido consegue por outros meios e as pessoas devem ter direito à proteção. Em relação ao porte, deveria haver controle maior.

TARSO - Não deve ser proibido, mas é vital rígida concessão e controle com seriedade.Bernardi - Não, mas deve existir controle rigoroso dos cadastros dos que as possuem.

BRITTO - Deve ser autorizado conforme a lei.


Redução da idade penal

RIGOTTO - Não concordo que passe dos 18 para os 16 anos porque isso não resolve o crescimento da criminalidade. O problema é que a lei protege demais o menor, o que leva à irresponsabilidade. Isso precisa mudar.

TARSO - Não. Deve ser mantida a lei atual.

BERNARDI - Sim. Os jovens têm maturidade suficiente para serem responsabilizados.

BRITTO - Sou contra.


Pena de morte

RIGOTTO - Totalmente contrário.

TARSO - Sou contra. Não aceito em nenhuma hipótese a eliminação do ser humano.

BERNARDI - Contra por motivos religiosos.

BRITTO - Contra.


Cecilia aponta resultado do OP
A presidente da Comissão de Finanças da Assembléia Legislativa, deputada Cecilia Hypolito, do PT, afirmou neste sábado que a proposta orçamentária para 2003 estimada em R$ 13,2 bilhões é fruto da mais ampla democracia promovida pelo governo popular. Lembrou que nos quatro anos da administração 1,2 milhão de pessoas participaram das assembléias do Orçamento Participativo (OP), indicando e votando as suas demandas para investimentos, serviços e programas de desenvolvimento ao Rio Grande do Sul. Somente entre março e junho deste ano foram realizadas 752 assembléias nos 497 municípios.

Cecilia afirmou que a programação que antecedeu a entrega do orçamento à Assembléia celebrou a conclusão de mais um processo que valoriza a diversidade regional, a pluralidade da participação popular e enfatiza eixos do OP. 'Esse instrumento prioriza o apoio à agricultura familiar, à organização cooperativada, à educação dos jovens, à valorização dos negros, à inclusão dos portadores de deficiência e ao respeito às origens da população', sintetizou a deputada.

As audiências públicas do Fórum Democrático da Assembléia serão palco para deputada aprofundar a discussão sobre a peça orçamentária. Esses encontros têm por objetivo o aprimoramento do orçamento, através de emendas populares, de entidades e de parlamentares. Caberá à Comissão de Finanças escolher o relator do orçamento de 2003, que será o responsável por sistematizar as emendas. O prazo para a apresentação de emendas se encerrará na terceira semana de outubro.


Ciro afirma que está aberto a apoio
O presidenciável da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, afirmou neste sábado que aceita qualquer apoio, mas não assume compromissos envolvendo a oferta de cargos com ninguém. Citou o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, que tem dito que recebe 'quem quiser ajudar a tirar o carro do atoleiro'. Quanto ao marqueteiro da sua campanha, Einhart Jacome da Paz, Ciro decidiu mantê-lo. João Hermann e Walfrido Mares Guia, coordenadores da Frente Trabalhista, e o candidato à vice-presidência Paulo Pereira da Silva defendiam mudança radical na estratégia de comunicação, inclusive trocando a equipe de publicidade. O marqueteiro Chico Santa Rita estava cotado para o cargo.


Emília aposta na mobilização
Ao avaliar o atual momento da campanha eleitoral, a senadora Emília Fernandes, candidata à reeleição, disse que o PT, a partir de agora, começa a ocupar espaços fazendo contato direto com a população. Segundo ela, o eleitor está comparando os projetos dos candidatos e o resultado final será positivo para a Frente Popular no Estado, 'que desenvolveu um governo respaldado pela base popular'. Citou o modelo do Orçamento Participativo como o mais eficaz relacionamento entre o poder público e a sociedade.

Emília confia que a militância e os simpatizantes da Frente Popular serão essenciais para a conquista da vitória no 1O turno da eleição para o governo do Estado. No âmbito nacional, Emília considera que o confronto entre 'os sistemas centralizador e de desmonte do Estado promovidos pelo governo de Fernando Henrique Cardoso' com as propostas apresentadas por Luiz Inácio Lula da Silva será determinante para a mudança de rumo. 'A sociedade sabe que queremos mudanças e retomar o desenvolvimento da matriz produtiva para a geração de emprego e renda', assegurou.

A candidata ao Senado informou que estará empenhada na intensificação da campanha nas últimas semanas, dedicando-se integralmente aos roteiros com o candidato ao governo Tarso Genro. Entre os compromissos pessoais de sua campanha, dará prioridade aos contatos com segmentos que defendeu ao longo dos oito anos como senadora. 'O eleitorado começa a tomar posição na reta final, definindo o seu voto, e nós deveremos nos aproximar para mostrar o nosso trabalho e projetos ao Estado', comentou. Emília esteve neste sábado em Uruguaiana, São Borja e Itaqui, acompanhando Tarso. Vai participar neste domingo de atividades programadas no Litoral Norte.


PSDB garante: Serra sobe no final
Avalia que agora programas não têm muita audiência e empresários começam a se unir pelo candidato

O comando político da candidatura presidencial de José Serra, da aliança PSDB-PMDB, conta apenas com uma nova alta expressiva do tucano em pesquisas de intenção de voto nos últimos dez dias de campanha. Embora otimistas em relação à performance de Serra e ao chamado 'efeito televisão' sobre a candidatura, os tucanos avaliam que o presidenciável continuará subindo devagar, levando em conta, principalmente, a curva de audiência do programa eleitoral. 'Só vamos ter nova alavancada em pesquisas na reta final, exatamente quando o horário gratuito no rádio e na televisão estiver batendo o segundo pico de audiência', prevê o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Jutahy Junior.

Como a popularização da candidatura de Serra é vinculada diretamente ao programa de TV, Jutahy disse que era totalmente previsível uma certa estagnação de Serra neste período de baixa de audiência. Além dos programas, Jutahy aposta no chamado efeito Antônio Ermírio de Moraes, em uma referência à repercussão positiva do apoio ostensivo do empresário. Depois do depoimento de Antônio Ermírio no programa eleitoral de televisão do PSDB, pregando o voto a Serra, o partido identificou movimento favorável no empresariado paulista, que, acredita, tende a se expandir. No comitê de Serra, predomina a avaliação de que a atitude anti-Luiz Inácio Lula da Silva já está começando e que a tendência dos empresários, a partir de São Paulo, será unificar o apoio ao tucano. De acordo com Jutahy, os acontecimentos pós-Antônio Ermínio ainda não apareceram nas pesquisas eleitorais.

Mesmo com esse otimismo, os tucanos não cruzarão os braços até a prevista alta de popularidade da reta final. Ao contrário, além de continuar investindo em redutos de Ciro Gomes, do PPS, os estrategistas de Serra planejam ofensiva sobre os territórios tradicionalmente dominados por Lula. Será assim nesta semana, quando Serra planeja visitar Aracaju, administrada Marcelo Deda, do PT, e onde Lula venceu as três eleições presidenciais que disputou até hoje. O bom desempenho do partido no Estado não desanima o governador de Sergipe, Albano Franco, do PSDB. Ele prometeu ao coordenador político da campanha de Serra, Pimenta da Veiga, reunir 50 mil pessoas em comício na Praça do Mercado, ao embalo do som de Chitãozinho e Xororó.


Mardini se elegeu pela 1ª vez aos 19 anos
O candidato ao Senado pelo PPB, Hugo Mardini, está participando destas eleições porque quer colocar a sua experiência política a serviço do Rio Grande do Sul. Eleito pela primeira vez como deputado estadual em 1963, aos 19 anos, Mardini começou sua trajetória política no movimento estudantil. Foi presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Porto Alegre, da entidade gaúcha e vice-presidente da nacional. Nas quatro legislaturas como deputado estadual, Mardini ficou conhecido pela atuação pioneira em defesa do meio ambiente. É dele o livro 'Poluição e Desenvolvimento', que lhe rendeu, em 1973, prêmio do Instituto Nacional de Meio Ambiente. O combate ao tráfico e ao uso de drogas foi outro assunto levantado pelo então deputado estadual, na década de 70. Alertou para o crescimento desenfreado da adesão às drogas, o que acabou chamando a atenção de autoridades nacionais e internacionais. Mardini ainda lembra que, na época, o Rio Grande do Sul recebeu a visita, por uma semana, do então subchefe da Presidência, Valmor Franco, e do representante das Nações Unidas para a América Latina, Renê Gonzales.

A mudança da lei do inquilinato, acabando com a chamada denúncia vazia, também marcou a atuação do então deputado estadual. Ainda na Assembléia Legislativa, Mardini criou a lei que determina a realização do Ciclo de Estudos dos Problemas Brasileiros a cada dois anos. O evento, segundo ele, deveria ser realizado pela Assembléia Legislativa para tratar das questões estaduais. Na Câmara dos Deputados, durante três legislaturas, Mardini se destacou como presidente da Comissão de Minas e Energia, onde se dedicou à criação do programa federal de uso intensivo do carvão gaúcho. Graças a esse movimento, foram construídas as usinas termelétricas Jacuí, Jacuí I e Candiota. Considerando a experiência como parlamentar e a atuação em várias frentes, afirmou que manterá a mesma linha de trabalho no Senado, caso seja eleito. Segundo Mardini, a violência urbana é uma das maiores preocupações da população hoje.


Agenda dos candidatos

DOMINGO
11 Celso Bernardi (PPB)
10h30min: Pejuçara. 12h: Ijuí. 20h: São Borja.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
13h: Parque da Harmonia. 16h: Torres. 17h45min: Imbé. 18h10min: Tramandaí.19h45min: Osório. 21h30min: encontro com pastores, bairro Santa Rosa.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
9h: Feira da Cavalhada, Porto Alegre. 11h: Brique da Redenção. 12h30min: CTG Tiaraju. 13h30min: Parque da Harmonia. 16h: Santa Maria.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
10h: Canoas. 12h: Parque da Harmonia.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)

MANHÃ
Gravação de programas de rádio e TV. Tarde: Novo Hamburgo.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
10h: Pareci Novo.


Arruda concorre com humildade
Humildade é a palavra de ordem na campanha do ex-senador José Roberto Arruda, do PFL, que quer voltar ao Congresso após ter renunciado no ano passado, ao admitir envolvimento no escândalo da violação do painel de votação do Senado. Na época cotado como forte candidato ao governo do Distrito Federal, Arruda tenta agora uma vaga na Câmara dos Deputados. Segundo pesquisas recentes, ele poderá receber a maior adesão do país, acima dos 300 mil votos. 'Quando se dá um tropeço na vida, é preciso recomeçar degrau por degrau', ressaltou. O que o ex-senador chama de tropeço foi a quebra de sigilo da votação secreta em que foi cassado o mandato do então senador Luiz Estevão acusado de corrupção.


IBOPE
Zeca do PT fez 50% na pesquisa Ibope divulgada sexta-feira para o governo do Mato Grosso do Sul. Ele poderá vencer no 1º turno. Marisa Serrano, do PSDB, tem 31% e Moacir Kohl, do PDT, 5%. O instituto ouviu 800 eleitores de 77 municípios entre os dias 9 e 11 deste mês.


Jobim mostra urna em Londres
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim, falou sexta-feira a cerca de 20 analistas e acadêmicos no Royal Institute of International Affairs, em Londres, sobre o processo eleitoral brasileiro e demonstrou como funciona a urna eletrônica. Ele garantiu que o sistema acabou com a possibilidade de fraudes no Brasil. A urna eletrônica gerou curiosidade entre os participantes. Jobim informou que em fevereiro de 2003 o TSE apresentará ao novo Congresso Nacional um relatório analítico sobre as eleições que apontará problemas e sugestões de mudanças.


Manoel Maria tem adesão de igreja
Pela primeira vez na sua história, a Igreja do Evangelho Quadrangular decidiu participar ativamente da política nacional indicando candidatos para os cargos eletivos deste ano. No Rio Grande do Sul, a igreja apóia a reeleição do deputado estadual Manoel Maria, do PTB, que é pastor evangélico. Parlamentar no terceiro mandato, Manoel Maria se submeteu à prévia interna, em junho do ano passado, para garantir o apoio de quase 140 mil pessoas que fazem parte do movimento religioso no Estado. Segundo ele, os evangélicos decidiram ter um representante em cada estado e eleger até dez d eputados federais. Ao se posicionar politicamente, a igreja acredita, conforme Manoel Maria, que estará contribuindo com a cidadania.


Pena de morte no país é rejeitada
Apesar de ser contrário à adoção da pena de morte no país, o candidato ao governo pela União pelo Rio Grande, Germano Rigotto, defendeu mudanças na legislação penal. Segundo ele, a execução da pena é muito branda, facilitando o aumento da criminalidade. Ele salientou que o sistema prisional não recupera o detento, fazendo com que volte a agir depois de solto. Rigotto também diferenciou o usuário de drogas do traficante. Afirmou que o Estado tem de dar totais condições e apoio para a recuperação do usuário.

Por ser católico praticante, o candidato Celso Bernardi, do PPB, posicionou-se contrário ao aborto, à pena de morte e pediu revisão da Igreja quanto ao controle de natalidade, proibido pela religião. Sobre a venda e o porte de armas, Bernardi entende que quem as possui deve se dedicar a cursos para saber manejá-las. 'Não é proibindo armas registradas nas mãos de pessoas honestas que iremos diminuir os índices de violência', argumentou.

Tarso Genro, da Frente Popular, declarou que não é nem contra nem a favor de mais rigor na questão dos usuários de drogas. Salientou que quem faz uso, mas também atua como traficante, além de ser tratado merece punição. 'O Estado deve ter políticas para ajudar essas pessoas a serem reabilitadas e reintegradas à sociedade', considerou.


Rossetto diz que o RS ajuda Lula
O vice-governador licenciado, Miguel Rossetto, preferiu a cautela ao projetar a chance de vitória do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, no 1º turno. Rossetto confirmou que a meta é ganhar ainda em 6 de outubro. Os 'mutirões' deflagrados neste sábado no Estado reforçarão a campanha do presidenciável. Se a decisão ficar para o 2º turno tendo como provável adversário José Serra, da aliança PSDB-PMDB, Rossetto aposta no desgaste do candidato que herda os bons e maus frutos de oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso. Na avaliação do candidato a vice na chapa de Tarso Genro, Lula tem a favor o desempenho atual nas pesquisas que vem afastando o estigma do teto de 30% do mesmo período das disputas passadas.


Tira-dúvidas dos eleitores

1. É possível treinar na urna eletrônica pela Internet?
Sim, nos sites http://www.tre-rs.gov.br ou www.tse.gov.br. Eles explicam passo a passo como utilizá-la. Além da Internet, o eleitor pode treinar em urnas de teste distribuídas por todos os municípios, à disposição nos cartórios eleitorais e nas câmaras municipais.

2. Qual a punição para quem não cumpre a lei em relação a comícios, propaganda e carreatas?
O desrespeito às normas constitui crime com penas que variam de seis meses a um ano de reclusão, com alternativa de prestação de serviços à comunidade e multas que variam de R$ 1 mil a R$ 106,4 mil.

3. O que acontece com quem fizer tentativa ou conseguir votar por outro eleitor?
A pena, nesse caso, é de reclusão por até três anos.

4. Como proceder para tirar a 2ª via do título eleitoral?
O eleitor poderá requerer ao juiz do seu domicílio eleitoral, até dez dias antes da votação, ou seja, a 26 deste mês. Porém, para o exercício do voto, não é indispensável a apresentação do título eleitoral, bastando que o nome do eleitor conste nas folhas de votação e que ele consiga comprovar a sua identidade.

5. Se a urna eletrônica estragar, como ficará a votação?
Se não for possível repor a urna defeituosa, a eleição será feita no sistema tradicional. A Justiça Eleitoral providenciará cédulas e urnas de lona para atender às seções em que houver problemas.

6. É possível votar em candidatos de partidos diferentes?
Sim. O voto não é vinculado.

7. Pode-se votar somente na legenda do partido?
Sim. Na votação eletrônica, basta digitar o número do partido (dois dígitos) e a tecla 'confirma'. Porém, isso somente é possível nas eleições para deputados federal e estadual.


Artigos

Um mundo diferente
Victor Faccioni

O burburinho da campanha eleitoral e a distância fizeram com que a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável - Rio+10 -, que se encerrou há poucos dias, em Johannesburgo (África do Sul), ficasse um pouco ofuscada, embora saíssem sinalizadores positivos de vida no planeta para a próxima década. Por reunir as maiores lideranças mundiais, esse encontro buscou rumos para o futuro. Cabe, então, a pergunta: o mundo será melhor ou pior após a cúpula de Johannesburgo? Um fato, porém, é incontestável: todos os países se sentem responsáveis pelo desenvolvimento sustentável, que nada mais é, segundo os especialistas, do que aquele que satisfaz as necessidades presentes sem pôr em risco a capacidade das futuras gerações de poderem satisfazer as suas. Assim, se de um lado, para atender às demandas presentes da humanidade, precisamos promover um desenvolvimento econômico e social, por outro é necessário preservar o meio ambiente.

Quem ganhou e quem perdeu, pois, em Johannesburgo? Comentários na imprensa européia garantem que a UE (União Européia) foi a principal derrotada, apesar de os países em desenvolvimento não terem razões para festejar. 'Mais uma vez, foi-se pouco além das boas intenções', comenta Paula Ferreira, articulista do jornal Diário de Notícias, de Lisboa, presente ao evento. A resistência dos Estados Unidos quanto à geração de energia através de fontes renováveis frustrou a UE e o Brasil, que tinham metas progressivas nesse sentido até 2015. Já a adesão da Rússia ao Protocolo de Kyoto enfraqueceu a oposição norte-americana ao controle do efeito estufa. E a água terminou sendo a grande vitória da Europa. Até 2015, as nações ricas querem reduzir à metade o número de pessoas sem acesso à água potável e ao saneamento, que hoje giram em torno de 2,4 bilhões em todo o planeta. Continuam, no entanto, os EUA e a UE a subsidiar a agricultura, contra a vontade do Brasil.

Apesar de os resultados não serem os esperados, a Rio+10 serviu para fortalecer a consciência dos países ricos e pobres de que é preciso trilhar um caminho novo: gerar riquezas e bem-estar sem devastar a natureza. Não será tarefa simples, pois as necessidades básicas se multiplicam, mas a esperança é de que o mundo será diferente.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

MAIOR DO QUE SEUS ERROS
Candidatos à Presidência entraram na carona das comemorações do centenário de nascimento de Juscelino Kubitschek, quinta-feira. Nada de original. Cumpriram burocraticamente o dever. Brilhante foi o que escreveu Carlos Lacerda, em agosto de 1976, quando JK morreu em acidente de carro: 'Um homem maior do que seus erros. A encarnação da cordialidade brasileira, que Deus não permita desapareça deste imenso país, cuja unidade depende muito mais do entendimento e da inteligência do que do rancor e da intolerância. (...) Quando nos encontramos pela primeira vez, ele era prefeito e eu conspirava. Quando nos vimos pela última vez, éramos amigos e descobrimos que a nossa amizade latente sobrevivera a todas as lutas'.

COMO
Seria bem conveniente que candidatos, tanto à Presidência como aos governos, demonstrassem como o país e estados terão condições de crescer mais depressa do que agora. Com dados, sem demagogia.

ESQUECEM O MEDO
Falta de visibilidade fez neste sábado o helicóptero em que o governador Geraldo Alckmin viajava ao interior paulista pousar na rodovia Bandeirantes. Velocidade das campanhas elimina qualquer medo.

ASSIM NÃO DÁ
O ministro gaúcho Adilson Motta, do Tribunal de Contas da União, apresentou relatório este mês, publicado pelo Diário Oficial, apontando que 'a estrutura organizacional do INSS é deficiente, os sistemas de segurança e controle não se mostram adequados e o grau de confiabilidade é baixo'. O instituto administra 21 milhões de aposentadorias e pensões, tendo orçamento de R$ 76 bilhões. Mas deste jeito?

INTERESSE
Deputados da oposição pediram cópia de projeto de lei aprovado no Paraná que proíbe a cobrança da tarifa mínima dos serviços de água e energia elétrica. Tema bombástico.

PARA FICAR AFIADO
Assessores preparam relatórios para repassar a Lula na hipótese de que aceite o desafio de José Serra para discutir administrações do PT.

GIRO DE 180 GRAUS
O tempo opera milagres. Personagens que só entravam nos quartéis como prisioneiros agora são recebidos com toda a cortesia e atenção por militares. Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo. A 19 de abril de 1979, após comandar greve de 80 dias em fábricas de automóveis, ficou preso por 31 dias com mais 17 sindicalistas do ABC paulista. Em 1981, a Justiça Militar condenou-o a três anos e meio de prisão.

DOS LEITORES
- Vera Maria Paz: 'É revoltante a irresponsabilidade com que políticos acusam que haverá fraude nas eleições. Nos EUA, mesmo diante de suspeita, o candidato derrotado concluiu que a estabilidade era mais importante do que sua ascensão ao poder e recuou. Isso é um exemplo'.

- Ineci Vargas Moreira: 'Como familiar de servidor público, tenho lido em jornais argentinos que o Congresso daquele país cogita derrubar aposentadorias integrais. Governo alega que a fonte secou, não há dinheiro. Não seria o caso de o assunto ser debatido aqui no Brasil?'.

- Renato Novaes: 'Reafirmo a fé nos rumos do Brasil. O Plano Real é modelo mundial de sucesso. Superamos as crises do México (1995), dos tigres asiáticos (1997), da Rússia (1998), entre outras. O derrotismo só interessa a oportunistas que querem o poder a qualquer preço'.

APARTES
Alguns definem programas de propaganda como Mundo Sobrenatural.

Mário Soares, ex-primeiro-ministro de Portugal, está no Rio e distribui santinhos do amigo Brizola.

Elba Ramalho sofre com patrulha ideológica por cantar em comícios de Serra. Reage: 'Não cometo crime'.

Na reta final, candidatos alternam momentos de irritação e de bom humor. Faz parte do jogo.

Competência da Receita Federal é imbatível: arrecadação de oito meses acumula alta de 19% sobre 2001.

Sites de candidatos cercados de toda a segurança para evitar invasões de piratas que jogam pesado.

ACM concorre ao Senado e canta de galo na Bahia. Sua propaganda anuncia: 'Ninguém cala esta voz'.

O que mais falam e com toda a insistência nas rodas de políticos é sobre migração. De votos, claro.

Junta-se ao vocabulário de campanha a palavra 'promessódromo'. Cada candidato utiliza a seu modo.


Editorial

UMA BOA, OUTRA RUIM

Como no tipo de piadas 'uma notícia boa, outra ruim', de livre curso no anedotário nacional, temo-las agora na mensuração da economia nacional. A formação do PIB tem indicativos corretos fornecidos por fontes várias, entre elas o consumo de energia e a fabricação de máquinas agrícolas, fundamentais estas em um país como o Brasil, de forte vocação agrária. A notícia ruim em primeiro lugar: o consumo de energia caiu 9% em relação ao mesmo período de 2001, e isso está afetando os próprios resultados do Produto Interno Bruto e afetando, conseqüentemente, os balanços a serem apresentados à consideração dos setores externos fornecedores de capitais suplementares.

Agora a notícia boa: as estatísticas de fabricação de máquinas agrícolas revelam crescimento de quase 12% no mesmo prazo. É óbvio que o resultado traduz duas ordens de raciocínio; a primeira, objetiva, concreta, é o desenvolvimento da atividade primária nacional, que volta a caminhar no rumo da maior geração de bens de alimentação do povo, além de item importante de nossa pauta de exportação. A segunda, de natureza estratégica, é o retorno do reconhecimento de nossa velha e boa opção preferencial pelas atividades campesinas, uma vocação histórica que ao longo do tempo marcou os melhores instantes brasileiros como potência econômica.

Se estamos hoje produzindo mais máquinas para a atividade rural, e felizmente estamos, quer isso dizer que a economia do campo está tendo crescimento, que estamos deixando para estágio posterior a ilusão da preponderância do valor da indústria no crescimento de nossa economia. Somos um país de imensos territórios ainda a desbravar, à espera de colonização sustentável. Antes de podermos erguer chaminés de fábricas, tratemos de ocupar esses intermináveis espaços disponíveis a uma agricultura moderna, na qual a enxada ceda lugar à máquina. O trabalho no campo absorve mão-de-obra menos especializada, mais social, do que a indústria, e isso afeta beneficamente as estatísticas de emprego, o grande problema do Brasil atual.


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09/15/2002


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