Ocupações de terras pelo MST voltam ao debate no plenário
O deputado Frederico Antunes (PPB), que preside a Comissão de Agricultura, denunciou o que classificou como “ações programadas, organizadas e violentas do MST, que ocorrem em um momento em que o medo e o pânico estão espraiados por grupos terroristas e fundamentalistas”. Ele pediu o cumprimento das portarias que determinam que os invasores de prédios públicos ou de terras sejam automaticamente excluídos do cadastro dos agricultores a serem assentados. O parlamentar alertou que se houver “derramamento de sangue por conta da violência no campo, os culpados serão o governo do Estado, o governo Federal e o ministro Raul Jungmann, da Reforma Agrária, pelo descumprimento da lei.
O deputado Dionilso Marcon (PT) justificou as ações do MST, afirmando que as ocupações não acontecem porque o movimento goste “mas por que faz quatro anos que o governo Federal não desapropria nenhuma área improdutiva e as portas da reforma agrária estão fechadas. Ele defendeu a aplicação da Constituição que prevê a vistoria de áreas improdutivas para fins da reforma agrária. O deputado destacou que o atual governo do Estado, ao assentar 4.500 sem terra já fez muito mais pela reforma agrária do que todos os governos estaduais dos últimos 20 anos, desde Amaral de Souza.
A deputada Jussara Cony, líder do PC do B, rejeitou a tentativa de Frederico Antunes "de igualar a bárbara ação terrorista do dia 11 de setembro e as lutas sociais do MST". Sustentou que as ocupações promovidas pelo MST não são feitas "por diletantismo", já que nesse processo as mulheres e as crianças ficam expostas a todo tipo de dificuldades nos acampamentos. Ela disse que as elites e os latifundiários descompromissados com um projeto social de desenvolvimento são os únicos culpados pelas dificuldades impostas a essas lutas que não podem ser simplificadas.
10/17/2001
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