ODACIR DEFENDE AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA



A questão salarial dos professores universitários exige debate e a adoção de uma política adequada, segundo o senador Odacir Soares (PTB-RO), mas não é o único problema a exigir reforma na universidade brasileira. A maioria das instituições, na sua avaliação, gasta muito e mal os recursos disponíveis, vive um modelo já ultrapassado e trata com desprestígio o ensino de graduação.

Odacir Soares defendeu a efetiva autonomia das universidades por entender que "a autonomia administrativa viabilizará a autonomia didática e científica", constituindo-se em "pré-requisito para a introdução de novos modelos de gestão financeira e patrimonial". Ele acredita que os recursos financeiros e patrimoniais passarão a ser bens institucionais, obrigando a uma utilização mais criteriosa. Além disso, ponderou que as universidades terão maior produtividade, ganharão em eficiência, produção científica, número de títulos e atividades de extensão universitária.

O senador afirmou que o país necessita ampliar as vagas no ensino superior, argumentando que, entre os países da América Latina, o Brasil tem um dos mais baixos índices de acesso à universidade, mesmo levando em conta as instituições privadas. Ele citou dados contidos no Plano Nacional de Educação de 1998, encaminhado ao Congresso Nacional, segundo os quais a percentagem de matriculados no ensino superior brasileiro em relação à população de 18 a 24 anos é menos de 12%, "comparando-se muito desfavoravelmente com os índices da Argentina (40%), do Chile (20,6%), da Venezuela (26%) e mesmo da Bolívia (20,6%)".

Odacir defendeu uma atenção maior aos cursos de graduação, "caracterizada de modo especial na falta de professores mais qualificados, na inexistência de laboratórios adequados e no baixo nível de exigência acadêmica para os matriculados". Considerou, entretanto, que o custo per capita do estudante brasileiro na universidade publica é exageradamente alto - de duas a quatro vezes mais se comparado com os demais países latino-americanos e superior aos gastos praticados em muitos países desenvolvidos, segundo afirmou.

- A diminuição desse custo, aliada a uma competente racionalização dos financiamentos, permitirá aumentar o número de vagas disponíveis sem aporte adicional de recursos - ponderou.



08/05/1998

Agência Senado


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