ODACIR PEDE SOLUÇÕES PARA CRISE UNIVERSITÁRIA



O senador Odacir Soares (PTB-RO) criticou a "inércia do governo federal em relação à greve dos professores universitários. "Para o bem do país, não há lugar para a prática do descaso, do deixar o tempo correr, permitindo que se desmoronem instituições relevantes como as universidades públicas. Se são necessárias mudanças, que o governo tome as iniciativas, com coragem", enfatizou.

Para Odacir, em qualquer país preocupado com sua juventude que cursa o ensino superior,três semanas de paralisação caracterizariam uma calamidade nacional. "Entre nós, o governo dá-se ao luxo de deixar o tempo passar, quando muito, fazendo observações desinteressadas em relação aos percentuais de adesão à greve em cada universidade. Somente na terceira semana de greve, agendou uma reunião com os professores para debater suas reivindicações."

Todos reconhecem as dificuldades do governo para conceder os 48,65% de aumento que eles reivindicam, argumentou Odacir. "Segundo o Ministério da Educação,o montante dos gastos com pessoal ativo e inativo,decorrente desse aumento, seria inadministrável no âmbito dos recursos disponíveis no orçamento. Por outro lado, não é possível negar apoio aos professores que estão, há três anos, sem receber reajustes em seus já baixos vencimentos".

O senador lembrou que Machiavel, em seu livro O Príncipe, ensina que o governo, quando precisa tomar atitudes dolorosas, deve fazê-lo de uma só vez e rapidamente. Assim concentra o descontentamento da população atingida e poderá aos poucos, com boas ações, fazê-la esquecer. "No Brasil, o Estado vempraticando uma estratégia oposta: deixa o problema evoluir, o tempo correr, a questão morrer à míngua, ao invés de tomar uma ação tempestiva de reordenamento do problema", acrescentou.

- É inadmissível que nossas universidades se encontrem em situação lastimosa, exatamente quando estamos às portas de uma etapa do desenvolvimento dos povos marcada por exigências urgentes no campo da qualificação da mão-de-obra, da pesquisa e do domínio das novas tecnologias. Omais grave é que falta um projeto da universidade para o Brasil e, vice-versa, o Brasil não tem objetivos para suas universidades públicas - afirmou.

Para Odacir, as universidades além de qualidade, precisam ter condições de encaminhar seus alunos para o competitivo mercado de trabalho do presente e do futuro. "É preciso avançar soluções, prevenir desperdício de tempo e evitar o irrecuperável. São necessárias mudanças?Sem dúvida!Mude-se, então corajosamente, com iniciativas que resultem da criatividade política e da visão do Estado em relação à sociedade", finalizou o senador por Rondônia.



17/04/1998

Agência Senado


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