ODACIR SOARES FAZ AVALIAÇÃO DO DESFLORESTAMENTO DA AMAZÔNIA LEGAL



Preocupado com o relatório sobre desflorestamento da Amazônia Legal, divulgado recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o senador Odacir Soares (PFL-RO) afirmou que o governo deve adotar uma nova política de crédito rural na Amazônia e mudar os critérios para assentamentos.

Ele alertou para o fato de que projetos pecuários com incentivos fiscais e fiananceiros, atividades madeireiras e lo programa de carvoejamento da área do Projeto Grande Carajás são responsáveis pela maior parte dos desmatamentos que, nos três anos do governo Fernando Henrique, atingiu 11% de toda a devastação da história da região.

Além disso, adverte Odacir Soares, um dado novo desse relatório é que grande parte do desflorestamento ocorre nas propriedades rurais situadas em áreas de assentamento do programa de reforma agrária. Sempre citando dados levantados pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Eduardo Martins, o senador apontou que até 97 a área ocupada por assentamentos do Incra na região era de mais de 25,5 mil hectares, o correspondente a 88,15% da área total dos assentamentos no país.

Um fator considerado por Odacir Soares como "indicador muito forte para sinalizar as áreas desmatadas" na Amazônia, é a estatística que indica o efetivo do rebanho bovino na região: enquanto o efetivo bovino evoluiu de1.706.177 cabeças, em 1970, para 5.385.578 unidades em 1986, o rebanho registrado em 1995 foi de 24.100.000 animais.

- Tomando-se uma relação da capacidade de suporte na Amazônia, para as pastagens, de uma cabeça/hectare, se poderia concluir, grosseiramente, que o região teria uma área implantada em pastagens da ordem de 24 milhões de hectares - analisou, lembrando que "todo esse crescimento foi feito com o apoio do Fundo de Investimento da Amazônia (Finam)".

A exploração de madeira dura (em toras) é, segundo o senador, "o vilão dos desmatamentos". Segundo o Ibama, 90% da madeira consumida em todo o país saem da Amazônia, informou Odacir Soares, que vê na presença crescente das madeireiras asiáticas uma ameaça ainda maior. A presença estrangeira de empresas exploradoras de madeira na região vem sendo constatada desde 1990. O senador citou empresas de origem americana, européia e asiática que somam mais de 1 milhão de hectares no estado do Amazonas.

"O INPE e o Ibama apontaram como principal causa do desmatamento da Amazônia a 'conversão' da floresta em áreas ocupadas por pastagens e lavouras temporárias", relatou Odacir, que responsabilizou também o programa "Brasil em Ação" pelo avanço da fronteira agrícola e da pecuária, na região amazônica. O programa reúne 42 projetos prioritários do governo e deve ser o carro-chefe a campanha da reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso - observou o senador.

Odacir elogiou o trabalho do INPE, que faz do Brasil o único do país a realizar um monitoramento desse porte da floresta tropical, com a finalidade de orientar a ação do governo. E pediu o fortalecimento do Ibama para que tenha condições de atender às necessidades de fiscalização que deverão crescer ainda mais com a aprovação da nova Lei do Meio Ambiente.

10/02/1998

Agência Senado


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