ODACIR SOARES QUER MAIS QUALIDADE E RECURSOS PARA ENSINO BÁSICO



Preocupado com os cortes na proposta orçamentária para o próximo ano, o senador Odacir Soares (PTB-RO) disse que, apesar do esforço feito pelo governo, por empresas e organizações da sociedade civil, o país ainda não chegou a um ponto satisfatório na área de educação. O senador reconheceu que, graças a este trabalho, aproximadamente 92% das crianças brasileiras entre 7 e 14 anos estão na escola, contra um percentual de 85% no começo da atual década. No entanto, alertou Odacir, "graves problemas ainda persistem e estão a exigir continuidade e profundidade de intervenções, para qualificar com excelência o esforço brasileiro em prol do seu capital humano".Segundo o senador, é preciso começar a perseguir a qualidade no ensino básico para diminuir a evasão escolar. "De acordo com dados sobre o padrão de vida dos brasileiros, obtidos por meio de pesquisa pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os 20% mais pobres, a taxa de matrícula em escola das crianças de 7 a 14 anos é de 80%, contra 100% nos países mais desenvolvidos. Eis aqui uma perversa e silenciosa cadeia de reprodução da desigualdade e do subdesenvolvimento", avaliou.Odacir apontou também a necessidade de condições materiais mínimas para que uma criança permaneça na escola. Os cortes orçamentários anunciados pelo governo nas áreas de educação e saúde, segundo o senador, vão incidir diretamente sobre o que qualquer país tem de mais valioso, o capital humano atual e futuro. Condenando a tendência neoliberal do governo, Odacir Soares afirmou que cabe ao Estado promover e indicar o caminho a seguir pela coletividade.- Governo que encaminha sua ação para satisfazer imposições externas produz um desenvolvimento somente envernizado. Como bem afirmou Anaisabel Prera Flores, conselheira-geral da Unesco: "Só há um desenvolvimento: o endógeno, que usa os empréstimos para consolidar processos, mas estabelece claras prioridades no orçamento nacional". Alías, segundo a conselheira, o sucesso do novo enfoque da Unesco, privilegiando a educação, tem levado os países a incrementarem pouco a pouco, mas de forma constante, seus investimentos em diferentes níveis educacionais, com resultados positivos", explicou o senador.Odacir Soares associou-se às preocupações do senador Josaphat Marinho (PFL-BA), manifestadas ao comentar o que chamou de "contrastes do ajuste fiscal". Segundo Odacir, as propostas que o Executivo elaborou e encaminhou ao Congresso nacional não estão isentas de contradições. Contêm aspectos não claros, posicionamentos nem sempre lógicos, nem convincentes. "Por essa razão, segundo o nobre senador, não será correto aprová-las incondicionalmente, impõe-se distingui-las e revê-las, para defesa do interesse público e coletivo", concluiu.

19/11/1998

Agência Senado


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