Ofertas para renovação de frota de caças já estão definidas, afirma o ministro da Defesa



Somente as ofertas prontas e protocoladas junto ao governo brasileiro até novembro do ano passado - conhecidas pela sigla inglesa Bafo, ou ofertas melhores e finais - serão levadas em conta pelo país na definição do modelo de avião que será utilizado para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB). A informação foi transmitida pelo ministro da Defesa, José Viegas Filho, aos integrantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (11).

- O que foi dito depois disso não será levado em conta - anunciou Viegas, em resposta a uma questão apresentada pelo senador Marcelo Crivella (PL-RJ), autor do requerimento para a realização da audiência pública, ao esclarecer que a decisão final sobre a compra de aviões, que tem como valor de referência US$ 760 milhões, será tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após ouvido o Conselho de Defesa.

Crivella disse ter ficado mais tranqüilo com a informação do ministro, uma vez que havia lido recentemente nos jornais muitas informações a respeito de missões comerciais russas que estariam apresentando novas ofertas ao governo brasileiro no sentido de se comprometer a adquirir no Brasil maiores quantidades de produtos primários, como carnes. "O ministro saberá zelar pelos interesses do nosso país, que passam pela independência tecnológica", disse o senador.

Em sua exposição aos senadores, Viegas afirmou que os 12 aviões a serem adquiridos pela FAB são o "mínimo necessário" para que o país possa exercer o conceito de superioridade aérea. Pouco antes, Crivella havia anunciado que a Coréia do Sul adquiriu recentemente 120 caças F-16 norte-americanos. O ministro admitiu, porém, que no futuro o número poderá subir para 24 aviões. Com todos esses aparelhos, ponderou, o Brasil contaria com o que chamou de "massa crítica" mais compatível com o processo desejado de transferência de tecnologia.

Ainda em resposta a Crivella, que demonstrou preocupação com os efeitos da aquisição dos aviões junto aos países vizinhos, Viegas afirmou que tem tido muitos encontros com ministros da Defesa sul-americanos e que, em nenhum momento, qualquer um deles manifestou preocupação com o processo de renovação da Força Aérea Brasileira. "A postura do Brasil é tão claramente pacífica que nenhum país vizinho se sente ameaçado, uma vez que todos sabem que o interesse brasileiro é o de proteger o nosso espaço aéreo", disse o ministro.




11/03/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Ministro da Defesa defende a renovação da frota da FAB

Compra de caças só será decidida após novas ofertas, diz Jobim

Ministro da Defesa diz que compra de caças é fundamental e urgente

CRE deve ouvir ministro da Defesa sobre compra de caças

Ministro da Defesa participa de audiência pública sobre reativação da Quarta Frota da Marinha dos EUA

César Borges elogia incentivos para a renovação da frota de caminhões