ONU reconhece falha na busca da solução do conflito entre palestinos e israelenses



A Organização das Nações Unidas (ONU) fracassou em sua tarefa de ajudar na construção do Estado Palestino. Foi o que declarou o diretor do Centro de Informação das Nações Unidas, Giancarlo Summa, em evento realizado pelo Congresso Nacional para homenagear o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, celebrado em 29 de novembro.

- Cada dia 29 de novembro é mais um ano no qual admitimos o fracasso na construção do Estado Palestino, que é um direito - disse.

Para Summa, é possível existir uma convivência pacífica entre israelenses e palestinos, como acontece no Brasil, país miscigenado, ressaltou. Mas essa convivência só pode ocorrer quando há Justiça, e em sua opinião, os palestinos são injustiçados e "desrespeitados há décadas".

No mundo inteiro, a ONU, por meio da agência para os refugiados palestinos (Unwra), atende 4,7 milhões de pessoas, revelou. A Unwra fará 60 anos, e em seu começo, atendia a 800 mil palestinos. Summa lamentou que a agência, criada para funcionar temporariamente, tenha que dar apoio a tantas pessoas até hoje.

O embaixador da Delegação Especial da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzaben, citou investigação da ONU apontando que Israel cometeu "graves violações aos direitos humanos e do direito humanitário e internacional" em função dos conflitos na Faixa de Gaza. Disse que os palestinos não desejam a destruição do Estado de Israel, e sim que ele exista lado a lado com o Estado Palestino independente, tendo como capital Jerusalém, "com base nas fronteiras de 1967", para que os dois povos possam viver "em paz e segurança". Jerusalém é a capital do Estado de Israel, criado em 1948.

Brasil

Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o Brasil tem "condições de buscar apoio para que o objetivo final" de paz entre os dois povos seja alcançado. Ele também se posicionou contra as ações de segregação encampadas por Israel, como o bloqueio à Faixa de Gaza, que impede a entrada de medicamentos e materiais de construção para a restauração de prédios e a construção de um muro nas fronteiras do Estado e de campos de concentração.

A homenagem foi realizada a requerimento do deputado Nilson Mourão e do senador João Pedro (PT-AM). O senador comentou sobre visita que fez à região da Cisjordânia, em julho, quando observou que os palestinos não podem entrar em Jerusalém. João Pedro lamentou que "as pessoas não possam exercer seu direito de ir e vir". Para ele, "não se pode calar sobre essa situação". João Pedro também defendeu a reconstrução do território palestino.

Participaram da homenagem a embaixatriz da Palestina, Nahida Tamini Alzaben; os senadores Romeu Tuma (PTB-SP), Eduardo Suplicy (PT-SP), José Nery (PSOL-PA) e Serys Slhessarenko (PT-MT) além do deputado Jackson Barreto e representantes dos corpos diplomáticos.

02/12/2009

Agência Senado


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