Oposição critica propostas da presidente Dilma Rousseff



O governo não reconhece seus equívocos e busca transferir a culpa dos problemas do Brasil. Essa foi a avaliação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no fim da tarde desta segunda-feira (24) sobre as propostas da presidente Dilma Rousseff em resposta aos protestos populares dos últimos dias.

- Esperava-se um pronunciamento na direção dos clamores da população. Mas a presidente frustrou a todos os brasileiros – criticou o senador, registrando que, desde o início, as oposições apoiam e compreendem as manifestações.

Na visão de Aécio, as propostas de Dilma representam um Brasil velho falando com um Brasil novo. Ele disse que a presidente buscou dividir a responsabilidade com governadores e prefeitos, esquecendo que o PT governa o Brasil há mais de dez anos.

Segundo o senador José Agripino (DEM-RN), “não adianta invencionice” em um momento em que a pauta da sociedade está voltada para a mobilidade urbana, para a necessidade de metrô, para os hospitais lotados, para a educação sem qualidade e para a corrupção.

Reforma política

Aécio Neves disse que a oposição “sempre apoiou” a reforma política. Ele lamentou, porém, que o governo tenha sido incapaz de implementar essa reforma, mesmo tendo ampla base no Congresso. Aécio ressaltou que as propostas de reforma política devem ser discutidas no Parlamento e acrescentou que o plebiscito é uma prerrogativa exclusiva do Congresso Nacional que ainda precisa ser discutida. Ele acrescentou que a oposição não é contra o financiamento público de campanha, mas disse que essa discussão deve vir depois outras reformas na legislação eleitoral.

- Da nossa parte, estaremos prontos para votar uma reforma que aproxime os partidos do sentimento da população brasileira – afirmou.

O senador José Agripino disse que ninguém da oposição é contra “a consulta ao povo”. Para o senador, porém, a reforma política poderia ser aprovada no Congresso por meio de projetos de lei, dispensando a necessidade de plebiscito ou de  convocação de Constituinte.

- Podemos fazer a reforma na hora em que nós quisermos. Basta que o governo queira e mande sua base votar. O que acontece é que o governo manda que sua base não vote. E assim, não tem definição sobre a reforma política – afirmou.

Propostas

Aécio apresentou um documento que as oposições elaboraram como um conjunto de “propostas ao Brasil”. De acordo com o senador, as propostas podem ser “encampadas” pelo governo federal já que, em sua visão, respondem de imediato aos clamores da sociedade.

- São propostas no campo da transparência e do combate à corrupção, sugerindo uma CPI das obras da Copa do Mundo e a abertura dos gastos das viagens presidenciais, além de investigações na Petrobras e no BNDES – disse Aécio.

O senador acrescentou que o documento também sugere medidas na área da saúde, da educação e do transporte. Ele propõe que tanto a saúde quanto a educação recebam 10% do produto interno bruto (PIB). Aécio ainda criticou os investimentos na segurança pública e o tamanho do estado. Para o senador, a presidente poderia reduzir “pela metade” o número de ministérios e a quantidade de cargos comissionados.

- Estamos apresentando uma contribuição efetiva e objetiva. Espero que a presidente tenha a humildade de considerar – declarou.

Para o deputado Roberto Freire (PPS-PE), o governo poderia dar uma resposta prática ao clamor popular orientando sua base a votar contra a PEC 37/2011 – que está em análise na Câmara dos Deputados e retira poder de investigação do Ministério Público. Outra orientação sugerida pelo deputado seria o apoio a uma CPI mista para investigar os gastos com a Copa do Mundo. Freire ainda criticou a postura da presidente diante das manifestações.

- Ela parece uma noviça – disse.



24/06/2013

Agência Senado


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