Oposição quer que Dilma Rousseff se explique ao Congresso
Em entrevista nesta sexta-feira (28), os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Arthur Virgílio (PSDB-AM) defenderam que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, venha prestar explicações ao Congresso Nacional sobre o vazamento de informações relativas a gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso com cartões de crédito corporativo.
Nesta sexta-feira foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo que partiu da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff, a ordem para a organização de um dossiê com todas as despesas realizadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sua mulher, Ruth, e ministros da gestão tucana a partir de 1998.
Heráclito sugeriu que a ministra da Casa Civil deveria "madrugar" no Congresso Nacional na segunda-feira (31) a fim de "esclarecer que não tem culpa no episódio". Para ele, a ministra deveria vir ao Congresso e pedir para ser ouvida na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos. Quatro requerimentos pedindo a presença da ministra na CPI Mista foram rejeitados na última quarta-feira (26).
O representante do Piauí lamentou o que chamou de tática do uso de dossiês, que atribuiu aos "aloprados" do PT. O senador defendeu que a Polícia Federal investigue o caso.
- Dossiê toda vez dá problema. Jogam um cesto de pedras para cima e esquecem-se de sair de baixo. Os aloprados trabalham no submundo. É a frigideira do Palácio - afirmou o senador.
Para Heráclito, a ministra Dilma assumiu algum grau de culpa no episódio quando telefonou para a ex-primeira-dama Ruth Cardoso para falar da publicação dos dados na última edição da revista Veja.
Já Arthur Virgílio disse que se os parlamentares da CPI, de maioria governista, continuarem insistindo em que não é necessário ouvir a ministra - depois da divulgação de que as informações foram coletadas pela assessora mais próxima a Dilma Rousseff -, a oposição terá que se reunir e decidir o que fazer. Ele lembrou que uma das possibilidades é lançar mão de requerimento já aprovado e criar uma CPI apenas no Senado para investigar o uso de cartões corporativos.
Para Arthur Virgílio, se Dilma Rousseff não se apresentar à CPI Mista, estará não apenas menosprezando o Congresso Nacional, mas também admitindo culpa no episódio. Na opinião do senador, a ministra já está "ferida". O que é preciso saber, disse o parlamentar, é se a ferida é "fatal" ou não.
- Cabeças vão rolar, estão em jogo as pessoas mais próximas de Dilma e a própria ministra - disse Arthur Virgílio.
28/03/2008
Agência Senado
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