Osmar Dias afirma que há "muita irresponsabilidade" nas críticas aos produtos transgênicos



O senador Osmar Dias (PDT-PR), engenheiro-agrônomo e relator do projeto da Lei de Biossegurança na Comissão de Educação, sustentou da tribuna nesta segunda-feira (13) que há "muita irresponsabilidade" na discussão dos produtos transgênicos no país. Por não terem argumentos técnicos, os adversários dos transgênicos estão agredindo seus opositores, lamentou.
Ele contestou a afirmação dos adversários da soja transgênica, que dizem que o estado do Paraná perderia R$ 60 milhões se fosse pagar royalties pelo uso de sementes modificadas geneticamente. Osmar Dias citou levantamento de várias entidades paranaenses, segundo o qual o estado deixaria de gastar por ano R$ 678 milhões com herbicidas no plantio de soja, caso todos os produtores empregassem sementes transgênicas. O levantamento informa ainda que, se todos os produtores do Paraná usassem sementes de soja transgênica, haveria uma redução de 13,6% no custo total de produção. Como a semente modificada geneticamente exige apenas duas aplicações de herbicidas, e não as quatro da soja comum, haveria uma diminuição de 7,6 milhões de litros de herbicidas aplicados nos campos paranaenses, o que beneficiaria o meio ambiente. - Trata-se de um assunto muito técnico e as pessoas estão falando sem conhecimento suficiente para se manifestar. Gritam contra a soja transgênica, agridem quem defende esses produtos, mas não mencionam o bem para o meio ambiente e nem a economia que os produtores terão. Sem argumentos técnicos que sustentem suas posições, essas pessoas estão partindo para a agressão - afirmou. O senador criticou nominalmente a ONG Greenpeace, que não quer os produtos modificados geneticamente. E observou que os defensores da soja transgênica são acusados de defender os interesses da Monsanto, multinacional que pesquisou a soja modificada que chegou ao Rio Grande do Sul por contrabando. - Mas quem defende a soja não transgênica também não pode ser acusado de defender os grandes fabricantes de herbicidas? - questionou. O senador defendeu o substitutivo que apresentou ao projeto da Lei de Biossegurança na Comissão de Educação, afirmando que vêm sendo divulgadas informações erradas sobre seu conteúdo. Para ele, não é verdade que a liberação de pesquisas ou produtos transgênicos seria feita de forma política, por um conselho de ministros. Ele disse que a decisão será técnica, dos 27 especialistas integrantes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio).

13/09/2004

Agência Senado


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