OSMAR DIAS REBATE CRÍTICAS DE FHC AO CONGRESSO



As críticas feitas ao Congresso Nacional pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em discurso proferido na convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), foram rebatidas hoje (dia 13) pelo senador Osmar Dias (PSDB-PR). O presidente afirmou que precisou manter a política de juros altos porque o Congresso Nacional ainda não se convenceu da necessidade das reformas e que "o país não agüenta mais a indecisão de quem não vota".
Osmar Dias respondeu às críticas explicando que o crescimento da dívida pública suplantou todas as previsões, chegando a 50% do PIB e que a política econômica do governo não tem tido a ousadia suficiente para promover o desenvolvimento. "Como gerar empregos? O governo se atolando em dívidas?", questionou. O senador, no entanto, reconhece que o presidente, "de certa forma" tem razão ao criticar a lentidão nas votações e lembrou que há quatro anos e meio o Congresso Nacional debate e não vota a reforma tributária que está na Câmara dos Deputados.
- E quando vier para o Senado, teremos pouco tempo para examinar. Seremos obrigados a aprovar o que vier da Câmara sem fazer qualquer modificação, senão a reforma terá que retornar para a Câmara. De acordo com os prazos regimentais, será praticamente impossível que a reforma tributária vigore no ano 2000, como pretende o governo - assinalou o senador.
O senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) também acredita que FHC possa ter "alguma razão", pois a falta de regulamentação do comportamento da administração pública é de responsabilidade do Congresso Nacional. O senador defendeu uma reforma do Legislativo e não apenas do Judiciário e do Executivo. Mas para ele, a questão principal é que o governo continua gastando mais do que arrecada. Não adianta falar em saúde de primeiro mundo com renda de terceiro", exemplificou.
O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que o setor produtivo da sociedade brasileira precisa saber o rumo que o governo quer dar à economia. "Não existe clareza por parte do governo", afirmou. Segundo o senador, os problemas estão aflorando e quem viaja pelo interior do país, percebe facilmente a insatisfação de quem quer produzir e não sabe o que fazer.
Osmar Dias apelou ainda para que a subcomissão que estuda a reformulação da Resolução 78 - que estabelece regras e parâmetros para o endividamento dos estados -, não faça qualquer alteração apenas para atender a estados que querem se endividar e não conseguem com as regras atuais. "Aí não dá! Senão vamos revogar as atribuições do Senado e da Comissão de Assuntos Econômicos de autorizar ou não o endividamento dos estados", explicou o senador.

13/09/1999

Agência Senado


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