OSMAR DIAS PEDE APURAÇÃO DE DENÚNCIAS DE VIOLÊNCIA NO PARANÁ CONTRA MST
Osmar Dias responsabilizou o atual governo do Paraná pelo estado de violência em torno da disputa pela terra e lembrou ao ministro da Justiça que as denúncias de tortura foram feitas em depoimento a que Gregori assistiu quando secretário Nacional de Direitos Humanos. O senador aconselhou o governador Jaime Lerner a dizer a verdade e a não fugir da responsabilidade, referindo-se a resposta do governador a artigo publicado por Frei Beto em que Lerner acusa o MST de estar acobertando o assassino de Sebastião Maia. Ao MST, Osmar Dias pediu a abolição da prática de ocupação de terras produtivas e, ao governo federal, solicitou o cumprimento da promessa de liberação dos recursos para financiamento da safra de verão.
O senador disse que durante a sua gestão como secretário de Agricultura nos dois governos anteriores a Jaime Lerner - de Álvaro Dias e Roberto Requião -, "nenhum despejo foi feito com a presença da polícia, nenhuma ocupação foi tratada com repressão e sempre dialoguei com sinceridade com o MST".
Osmar Dias revelou que, como secretário, após ter tentado negociar com o Grupo Atala a desapropriação de uma área de 10 mil hectares produtivos totalmente abandonados, levou 425 famílias a Querência do Norte e estabeleceu um assentamento. "A empreitada foi tão bem-sucedida que, hoje, o município é o único na região noroeste do estado que registra aumento da produção e da renda", disse.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) leu parte do depoimento de Adelina Ventura assistido pelo atual ministro da Justiça e também cobrou providências. Roberto Requião (PMDB-PR) informou que o assassino, chamado "Carneiro", sequer foi preso ou citado pela Justiça e que o inquérito não avança. Na sua opinião, "é preciso que o país entenda que o MST salvou o noroeste do Paraná". Querência do Norte é o único município da região que não registrou redução no número de habitantes e tem economia tão viva que bateu recordes nacionais na produção de arroz sequeiro, disse ele. A seu ver, se o MST é suscetível de críticas quando, vez ou outra, comete excessos, "sempre pequenos", em Querência do Norte "só merece elogios".
Segundo Heloísa Helena (PT-AL), nunca foram mortos trabalhadores rurais como a partir de 1995 e o Paraná é um dos estados em que a situação de violência no campo é das mais graves, "pelo exemplo de impunidade que se consolida".
30/11/2000
Agência Senado
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