OSMAR DIAS RESSALTA URGÊNCIA NA APROVAÇÃO DA EMENDA DA GUERRA FISCAL
Ao ressaltar a urgência de o Senado aprovar a emenda que acaba com a guerra fiscal - com votação marcada para a próxima quarta-feira (dia 3) - o senador Osmar Dias (PSDB-PR) disse "estar na hora de colocar um basta na inconseqüência de determinados governadores que dão concessões irresponsáveis a empresas estrangeiras, comprometendo o futuro financeiro de seus estados, como foi o caso do Paraná, nos contratos com as montadoras Renault e Chrysler".
Para Osmar Dias, cláusulas do acordo, como a isenção de impostos por dez anos e o empréstimo do governo paranaense à Renault, no valor de US$ 1,5 bilhão - sem juros nem correção monetária - representam uma grande injustiça em relação às empresas paranaenses que sempre pagaram seus impostos e, quando precisam de financiamento, não conseguem empréstimos do governo nem mesmo pagando juros e correção. "Para os estrangeiros tudo, para os paranaenses nada".
O senador elogiou os dispositivos da proposta de emenda constitucional que acaba com a concessão indiscriminada de incentivos fiscais para atrair empresas. "Não concordo, porém, com a afirmação de que a guerra fiscal esteja prejudicando apenas os estados mais pobres do Brasil. O Paraná é um estado de economia forte, mas os acordos com a Renault e a Chrysler vão comprometer, profundamente, seus orçamentos futuros", enfatizou.
Ele refutou as afirmações do governo paranaense de que os acordos se justificariam com a criação de empregos. "Com as duas fábricas, serão criados 2 mil empregos diretos. Se os US$ 2 bilhões de empréstimos às montadoras fossem investidos na vocação agropecuária do estado, gerariam 200 mil empregos", garantiu Osmar Dias.
O senador criticou, ainda, os gastos do governo paranaense com propaganda, num momento em que o desemprego e a violência estão crescendo assustadoramente. "Foram R$ 140 milhões gastos com a mídia, em 1997. Reconheço serem os comerciais de primeira qualidade, mas não acredito estar a população satisfeita com essa inversão de prioridades", afirmou, profetizando que, nas próximas eleições, "vem troco por aí".
01/06/1998
Agência Senado
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