Osmar Dias sugere mais vigilância e política conjunta no Mercosul



O senador Osmar Dias (PSDB-PR) sugeriu nesta quarta-feira (dia 14) ao ministro da Agricultura e do Abastecimento, Pratini de Morais, a melhoria do sistema de vigilância sanitária de modo a garantir a qualidade da carne brasileira e seu espaço no mercado internacional. Durante debate realizado no Plenário para o esclarecimento da crise comercial com o Canadá, Dias também defendeu a implementação, pelo Brasil, de política de defesa agropecuária em conjunto com os demais países do Mercosul - Argentina, Uruguai e Paraguai.

- É engano achar que exportaremos mais em razão de problemas com os rebanhos de outros países - disse Osmar Dias.

Ele explicou que a piora generalizada da saúde animal já está levando à redução no consumo de carne em nível mundial, o que acabará afetando o Brasil, considerado o produtor com maior potencial de crescimento das suas vendas externas. A ação conjunta no Mercosul não só contribuiria para a diminuição global dos focos de doença como também protegeria o Brasil da febre aftosa, que está praticamente erradicada, mas poderia ganhar fôlego com a importação de rezes da Argentina, por exemplo.

Em resposta, Pratini de Morais informou que já há uma ação sanitária coordenada no Mercosul. Em razão desse acordo é que a Argentina suspendeu recentemente as exportações de carne ao Brasil - ao invés de sofrer bloqueio por parte do governo brasileiro - quando ficou comprovada a existência de uma epidemia de febre aftosa naquele país.

Osmar Dias mostrou preocupação com a capacidade do setor público de se equipar e reunir pessoal especializado para dar resposta aos desafios da vigilância sanitária. O ministro respondeu que órgãos como as secretarias de Vigilância Sanitária e de Defesa Agropecuária do Ministério da Saúde contarão com os recursos necessários para dar à atividade do controle de epidemias a eficiência necessária - R$ 135 milhões no orçamento deste ano. Está prevista, inclusive, a realização de concursos para a admissão de técnicos e a ajuda às secretarias de vigilância nos estados.

- O nosso maior problema hoje não é a falta de recursos, mas a necessidade de renovar as equipes e rever os currículos das escolas de medicina veterinária, que nos últimos anos substituíram as disciplinas voltadas ao controle de epidemias de rebanhos por tratamentos de animais de estimação - disse Pratini.

O senador fez questão de elogiar a "rapidez e a eficiência" com que o governo deu resposta ao embargo imposto pelo Canadá à carne brasileira. Osmar Dias alertou, no entanto, que o país deve esperar mais ações como a canadense porque está a caminho de se tornar o líder mundial das exportações de carne.

14/03/2001

Agência Senado


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