PACOTE: ACM É CONTRA AUMENTO DO IR PARA PESSOA FÍSICA



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, apoiou hoje (dia 10) a decisão do presidente Fernando Henrique de adotar "medidas amargas, mas indispensáveis", porém manifestou-se contra a proposta de aumento do Imposto de Renda da Pessoa Física e sugeriu que uma outra solução seja encontrada no Congresso, de modo que os recursos necessários venham de outras fontes.

- Acho que a pessoa física deveria ser poupada, porque já está por demais comprometida. Poderia ser feita a taxação de ganhos nas bolsas ou de viagens ao exterior. O importante é que o governo consiga o mesmo total que pediu, mas o modo de chegar pode ser outro- afirmou.

Antonio Carlos fez um reparo à inclusão de "medidas de rotina administrativa" - como as relativas a corte de horas extras e de inativos não recadastrados das folhas de pagamento - observando que, por se tratarem desimples "dever de casa" de todo administrador público, elas não mereciamentrar no pacote.

O senador assegurou que "o Congresso Nacional não faltará ao país: Vai votar todas essas medidas e também as reformas, que são indispensáveis". Ele comprometeu-se com a votação das novas medidas ainda este ano, reiterando intenção de, para isso, convocar os parlamentares para trabalhar aos sábados e domingos.

Além disso, enfatizou a necessidade de não se abandonar a votação das reformas já em tramitação: "Vamos apressar as reformas, sinalizando para o país, e, principalmente, para o exterior, que estamos vivendo nova fase para quem quiser investir no Brasil".

Antonio Carlos Maghalhães descartou a hipótese de que a apreciação das medidas do governo seja dificultada pela proximidade de ano eleitoral.

- O país está acima das pretensões dos políticos. E, com essas medidas, o país pode melhorar tanto, que quem votar com elas ficará forte na opinião pública; quem não apoiá-las é que vai pagar o preço - assinalou.

O presidente do Senado garantiu que não vai prorrogar os prazos de tramitação do Orçamento da União, que quer ver aprovado neste ano. Disse ainda que será inócua a atitude dos parlamentares que não respeitarem os limites de despesa colocados pelo governo, insistindo na aprovação de emendas relativas a verbas orçamentárias, porque, sendo o Orçamento uma simples autorização de despesa, o governo só executa se quiser.

Quanto ao corte de 15% das despesas de custeio, também anunciado pelo governo, o senador disse que nenhum parlamentar pode negar aprovação a essa medida, já que ela é necessária.

- Talvez o país nunca tenha vivido um momento como este. Os cortes devem ocorrer de acordo com a gravidade do momento que o país atravessa, e não ser norteados simplesmente pelo precedente, pela comparação com os índices de anos anteriores - afirmou.



10/11/1997

Agência Senado


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