Paim anuncia que reajuste dos aposentados poderá ser antecipado
O reajuste dos salários dos aposentados e pensionistas, previsto para ocorrer a partir de 1º de junho, poderá ser antecipado em um mês. A notícia foi repassada na tarde desta quinta-feira (3), da tribuna do Plenário, pelo senador Paulo Paim (PT-RS). O pedido para a antecipação foi feito pelo próprio Paim, primeiro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, em seguida, ao ministro da Previdência, Ricardo Berzoini.
- Ponderei a Lula sobre a importância da unificação da data-base dos reajustes do salário mínimo e dos aposentados e pensionistas para 1º de maio. Ele demonstrou simpatia pela idéia e pediu que eu conversasse com o ministro da Previdência. Berzoini também foi simpático à proposta. Na próxima semana conversarei com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para que possamos continuar essa negociação - relatou Paulo Paim.
A antecipação do pagamento do reajuste não foi o único pleito levado pelo senador ao ministro da Previdência. Ele também pediu que fosse estendido o mesmo percentual de reajuste do salário mínimo, 20%, aos 22 milhões de aposentados e pensionistas. Este assunto também será levado por Paim para ser discutido na audiência que terá com o ministro Palocci.
Com relação à unificação do pagamento do reajuste do salário mínimo dos trabalhadores da ativa e dos aposentados e pensionistas, a expectativa do senador pelo Rio Grande do Sul é que ocorra já no próximo ano. Junto com esta medida, ele espera também ver implantada a proposta de Berzoini de garantir aos aposentados, além do reajuste da inflação registrada no ano anterior, um aumento real correspondente a 50% do percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Paim, ao reafirmar seu compromisso de prosseguir na luta por um salário mínimo equivalente a US$ 100, observou que qualquer governo, em seu primeiro ano de administração, encontraria dificuldades em conceder um grande aumento no piso salarial. Mesmo assim, destacou, o reajuste de 20% concedido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva foi o maior dos últimos anos.
Vários senadores solicitaram aparte para elogiar a luta de Paulo Paim por um salário mínimo maior. Mão Santa (PMDB-PI) manifestou seu apoio ao senador gaúcho na luta pelo piso salarial de US$ 100. Já o senador Hélio Costa (PMDB-MG), ao discordar de algumas autoridades que garantem ser impossível pagar um mínimo neste valor, lembrou que no final do governo Juscelino Kubitschek o salário mínimo era de US$ 500.
Por sua vez, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) sugeriu que, ao invés do dólar, o euro passasse a ser usado como referência para o salário mínimo brasileiro, por considerar a moeda européia mais confiável. O senador João Batista Motta (PPS-ES) propôs que os técnicos do governo Lula encontrem um dispositivo que funcione como um amortecedor e permita aumentar o salário mínimo. Ele registrou que durante a transição da inflação galopante para a estabilidade da moeda, na criação do real, a Unidade Real de Valor (URV) cumpriu esse papel.
O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) disse que compreende a situação de prefeitos e governadores que falam nas dificuldades dos cofres públicos suportarem um salário mínimo de US$ 100, mas acrescentou que sempre se encontra uma solução para esse tipo de aumento de despesa. Último a apartear, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse que, mesmo sendo sabedor de que na administração pública não existem milagres, torcia para que fosse encontrada uma fórmula capaz de permitir o maior aumento possível para o piso salarial no país.
03/04/2003
Agência Senado
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