Paim considera um escândalo Câmara não votar PEC paralela



Face à informação de que a Câmara dos Deputados não votará, nessa convocação extraordinária, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que atenua os impactos da reforma da Previdência - a chamada PEC paralela -, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou nesta quinta-feira (22) que isso será efetivamente "um escândalo". Presidindo a sessão plenária, ele disse que a Câmara precisa dar prioridade a essa emenda.

- Que a Câmara assuma sua responsabilidade. O Senado vai cumprir a sua parte. Mas todo mundo lembra o pronunciamento que fiz nessa tribuna e que está gravado. Não cumprido o acordo, o meu discurso vai ser cumprido, esse sim, na íntegra, porque eu tenho palavra. Eu tenho honra e vou querer que respeitem a minha história.

Votar essa PEC com prioridade, de acordo com o senador, foi um compromisso que o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, assumiu com a Presidência do Senado, quando o próprio Paulo Paim respondia por esse cargo. Ele acrescentou que cerca de sete senadores só votaram a reforma da Previdência ante o compromisso de que a PEC paralela seria votada em seguida.

- Vou além. Esse compromisso da PEC paralela nós fizemos com todo o governo, não só com os ministros, mas também com o presidente. Está aqui o líder Tião Viana (PT-AC), que endossa a nossa posição. Só faço esse esclarecimento porque, como presidente em exercício na época, e hoje no exercício da Presidência, afirmo que se configurar-se esse quadro eu, particularmente, me sinto totalmente traído.

O senador também afirmou que não conseguirá conviver "no mesmo espaço com aqueles que traírem uma proposta como essa". Ele disse esperar que não seja verdadeira a informação de que a Câmara não votará a PEC paralela e que aquela Casa assuma efetivamente sua responsabilidade nesse acordo. Paim fez esses esclarecimentos respondendo a discurso em que o senador Jefferson Péres (PDT-AM) falou da falta de disposição do governo em aprovar a PEC paralela.



22/01/2004

Agência Senado


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