Paim critica falta de investimento na educação de base
Ao fazer um retrato do ensino público brasileiro, nesta terça-feira (28), o senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou que a educação é base do desenvolvimento de qualquer nação. Ele mencionou artigo do jornalista Antônio Gois, intitulado “Sua majestade, a educação”, em que se afirma que “o dinheiro e posse de bens de consumo podem ser sinais exteriores de prosperidade, mas o que realmente distingue com clareza a classe social à qual o brasileiro pertence é a escolaridade”.
Em pronunciamento feito da tribuna do Senado, Paim comentou estudos que revelam a relação da escolaridade com o perfil socioeconômico. Um deles, produzido por Naércio Menezes e Alison Pablo de Oliveira, ambos da Universidade de São Paulo, indica que cerca de 40% da queda da desigualdade no mercado de trabalho se deve ao aumento da escolaridade dos mais pobres nos últimos anos.
Em contrapartida, o senador destacou dados do Banco Mundial que demonstram a disparidade do Brasil entre os investimentos na educação superior e no ensino fundamental.
De acordo com Paim, um país desenvolvido com bons índices educacionais gasta com um estudante universitário duas vezes mais do que com um aluno do ciclo fundamental. No Brasil, no entanto, essa proporção seria de seis para um.
– A educação básica deve tornar-se prioridade, estabelecer o foco no aluno e implantar uma melhor gestão de recursos – advertiu.
A melhoria do ensino fundamental, explicou o senador, é parte do compromisso assumido pelo Brasil, em 2008, com ministros da Educação dos países ibero-americanos conhecido como Metas Educativas 2011. Além do investimento na educação de base, há outras dez metas, como erradicar o analfabetismo até os 8 anos de idade; valorizar os salários e a carreira do magistério; e frear a evasão escolar.
Para ele, a “revolução da educação” passa pelo projeto de lei aprovado pelo Senado em agosto que reserva 50% das vagas das universidades federais a alunos de escolas públicas (PLC 180/2008). Ele lembrou que 90% das crianças brasileiras estudam em escolas públicas.
Greves
No mesmo discurso, Paim voltou a defender a regulamentação urgente da greve de servidores públicos. Ele contou que há vinte anos apresentou projeto sobre o tema e que o texto aguarda “plantado à espera de relator na CCJ” há sete anos, mesmo já tendo sido votado por duas comissões do Senado (PLS 84/2007).
Paim contou que recebeu com estranheza a notícia de que um projeto de teor semelhante (PLS 710/2011), apresentado há um ano pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), tramitará apenas pela CCJ.
– Ninguém consegue explicar como é que a mesma matéria tem que passar em três comissões porque é de minha autoria e, quando de outro senador, vai passar numa só, e, se aprovada, vai para a Câmara.
28/08/2012
Agência Senado
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