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- De nada adianta governos canalizarem recursos para a universidade sem melhorar a educação de base. É jogar dinheiro fora - advertiu Cristovam Buarque.

O senador, que preside a CE, também pediu a adoção de políticas educacionais destinadas a melhorar especificamente o ensino médio brasileiro.

Defensor de uma revolução na educação - com escola de qualidade, em tempo integral, e melhores salários para os professores - Cristovam anunciou, na reunião, que criará o movimento "Educação Já", a exemplo do que ficou conhecido, na década de 1980, como o "Diretas Já", campanha que tomou conta do país em defesa das eleições diretas para presidente da República.

Problemas

O senador Wilson Matos (PSDB-PR) concordou com Cristovam Buarque e disse que o Brasil "nunca levou a educação a sério". Para ele, sem uma educação de alto nível, o país não terá desenvolvimento sustentável.

Wilson Matos, que é professor,observou que a educação brasileira enfrenta dois graves problemas, o estrutural e o cultural. O estrutural, segundo ele, está ligado à própria infra-estrutura física das escolas, incluindo as más condições dos estabelecimentos de ensino, "culminando até com a falta de papel higiênico". O cultural, explicou Wilson Matos, refere-se ao que classificou de "sociedade desinformada", em que a população não estaria acostumada a ler, incluindo jornais e revistas.

- Precisamos converter a sociedade ao conhecimento - salientou Wilson Matos.

O parlamentar, ainda, condenou os gastos com os Jogos Pan-Americanos, orçados em R$ 3,5 bilhões, apenas em uma cidade, o Rio de Janeiro. Com esse dinheiro, notou Wilson Matos, daria para construir dezenas de quadras poliesportivas pelo país afora, o que atenderia à população, especialmente a mais carente.

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