Paim diz que democracia sai fortalecida com negociação sobre previdência



O senador Paulo Paim (PT-RS) avaliou que a democracia brasileira é quem está saindo vitoriosa com a decisão do governo federal de negociar alguns pontos da reforma da previdência com o Congresso e com setores da sociedade. Ele também elogiou a decisão dos líderes partidários e das Mesas do Senado e da Câmara, que decidiram instalar, na próxima terça-feira (15), uma comissão mista integrada por 11 deputados e o mesmo número de senadores para debater a reforma.

- Ao contrário do que alguns tentam mostrar, pregando que este é um momento de fragilidade do governo, o que está acontecendo é justamente o contrário. Só tem grandeza quem senta, discute e negocia. Não tem grandeza quem assume uma postura sectária, radical, que não aceita dialogar e que acha que sabe tudo - afirmou Paulo Paim.

Mostrando um exemplar do jornal da Universidade Estadual de Campinas, que trás entrevista concedida por ele há cerca de 45 dias, Paulo Paim destacou que já naquela época alertava que a reforma da previdência, nos moldes em que foi apresentada, não seria aprovada pelo Congresso.

Paulo Paim lembrou que, na ocasião, já falava que deveria haver negociação sobre pontos como a contribuição dos inativos, a necessidade de uma regra de transição para os servidores atuais, a fórmula para o cálculo da aposentadoria, os valores das pensões e a paridade entre funcionários públicos e da iniciativa privada.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) registrou que a decisão do governo de aprofundar as negociações sobre a reforma da previdência combina com a trajetória política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sempre deu mostras de sua capacidade de negociação.

Embaixador negro

Antes de falar sobre a reforma da previdência, Paim fez um apelo ao presidente Lula para que um embaixador negro seja escolhido para representar o Brasil em um país que não tenha maioria negra. Ele informou que apenas uma vez, no governo do ex-presidente Jânio Quadros, um negro foi nomeado embaixador. Ele ocupou o posto em Gana, na África.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) parabenizou a Paulo Paim pela iniciativa e contou que o poeta piauiense, Da Costa e Silva, após obter a primeira colocação em um concurso para o Itamaraty, ao ser entrevistado pelo Barão do Rio Branco, teria ouvido do então ministro das Relações Exteriores: -o senhor não será embaixador porque é preto, parece um macaco e, por isso, não poderá representar o Brasil no exterior-. Mão Santa completou que, depois disso, um filho do poeta, o diplomata Alberto da Costa e Silva, tornou-se embaixador e hoje preside a Academia Brasileira de Letras.



10/07/2003

Agência Senado


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