Paim diz que elevação dos juros funciona como ducha de água fria na economia



O senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de retomar a política de elevação da taxa de juros. Na avaliação do senador, isto ficou claro com a elevação da taxa básica de juros de 16% para 16,25, na semana passada.

- Esta decisão tem o efeito de uma ducha de água fria sobre o aquecimento que estamos presenciando. A justificativa de que a elevação dos juros foi uma resposta à possibilidade de uma retomada da escalada inflacionária não é plausível - disse o senador.

Paim afirmou que pressões inflacionárias setorizadas poderiam ser enfrentadas com medidas pontuais, sem que fossem envolvidos todos os setores da economia. Para defender sua tese, citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o crescimento do emprego na indústria. Segundo o IBGE, embora o número de empregos esteja crescendo, os salários não estão acompanhando esse crescimento.

- Se não há aumento de renda, não pode haver pressão sobre o consumo, e portanto, sobre a inflação - argumentou.

Além de frear a retomada do crescimento, a elevação da taxa de juros, disse Paim, traz ainda um prejuízo maior para a sociedade, que é o crescimento da dívida pública. Ele ressaltou que a elevação da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual vai provocar, em um ano, um aumento de um bilhão de reais na dívida pública.

O senador acrescentou que o Brasil tem a segunda maior taxa de juros da economia mundial - 9,2%, descontada a inflação - ficando atrás apenas da Turquia, que tem uma taxa de 10,9%.



21/09/2004

Agência Senado


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