Paim diz que não quis atingir presidente da Câmara ao pedir aprovação da PEC paralela da Previdência



O senador Paulo Paim (PT-RS) ocupou a tribuna nesta sexta-feira (23) para negar que teria feito qualquer ataque pessoal contra o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, em discurso proferido na quinta-feira (22) em defesa da aprovação da proposta de emenda à Constituição 77, a chamada PEC paralela. Ele informou que fez apenas um relato do acordo político firmado no final do ano passado para que a Câmara aprovasse as medidas que abrandam as novas normas da Previdência Social, e observou que seria "um escândalo" não votar a emenda constitucional até 13 de fevereiro, data em que se encerra o período da convocação do Legislativo.

- A quebra de palavra, para mim, é questão de honra, ética e princípio. Portanto, não posso participar de qualquer tipo de farsa. Se a PEC paralela não for aprovada, conforme o acordo firmado entre o Senado e a Câmara, estou fora. Prefiro encerrar a minha vida parlamentar - desabafou Paulo Paim, para quem a votação da emenda constitucional foi a principal causa da convocação extraordinária do Congresso Nacional.

Paulo Paim não quer acreditar que a emenda constitucional seja "a PEC da mentira e da malandragem política". Ele previu que se a proposta não for votada pela Câmara, conforme o acertado, "será um caos". Mas disse que as suas preocupações foram amenizadas na noite de quinta-feira (22) após o líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), ter ligado para ele e garantido, após manter conversa com o chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, de que a posição do governo "é de total apoio à aprovação da matéria".

O senador pelo Rio Grande do Sul disse, entretanto, que se os deputados desejam aprovar a PEC paralela e se o governo, conforme relatou Tião Viana, também quer que a matéria seja logo votada, "quem é que está fazendo jogo sujo"? Segundo Paulo Paim, a conclusão é de que "alguém está mentindo". O senador Eurípedes Camargo (PT-DF), em aparte, disse que o acordo "chegará a bom termo".

A PEC paralela, informou o senador Paim, aprovada por unanimidade pelo Senado no final do ano passado, garante paridade salarial entre ativos e inativos, não permite a cobrança de 11% de aposentados que, comprovadamente, estejam incapacitados em virtude de doença grave e, entre outras medidas, estabelece regras de transição para a aposentadoria.



23/01/2004

Agência Senado


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