Paim diz que vai lutar pela política de cotas



O 1º vice-presidente do Senado, Paulo Paim, comprometeu-se nesta quarta-feira (26) com o deputado Raul Jungman (PMDB-PE) a reunir todas as forças favoráveis à adoção de uma política de cotas para negros nas universidades, para debater e propor ações afirmativas que revertam a visão negativa da opinião pública em relação à polêmica estabelecida pelo recente vestibular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Segundo Paim, a política de cotas foi implantada com sucesso em outros países, como a Índia e os Estados Unidos.

- A verdade é que a elite, não tendo interesse, está levando a opinião pública a se posicionar contra a política de cotas. Nós vamos produzir informações para abastecer a imprensa e mostrar que essa política dá certo e é extremamente benéfica para a sociedade - afirmou.

Paim também se comprometeu a ajudar a ampliar a frente parlamentar contra a discriminação racial e a solicitar a entrada na pauta de votação da Câmara dos Deputados do Estatuto da Igualdade Racial e do Estatuto do Idoso, ambos de sua autoria.

Jungman disse que, no encontro ainda sem data, apresentará proposta de realização de uma mostra de ações afirmativas em favor da população negra que já deram certo em municípios, empresas, organizações não-governamentais e igrejas. Outra proposta que o deputado levará para o encontro é a apuração do que realmente aconteceu na UERJ.

- Não é apenas uma experiência que determina uma política nacional - afirmou.

O deputado ainda comunicou a Paim que entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo, o requerimento de criação de uma CPI, com 208 assinaturas, para investigar os grampos telefônicos na Bahia, para a qual pediu apoio. Paim explicou ao deputado que a iniciativa é de exclusiva competência do presidente da Câmara e que não cabe ao Senado qualquer tipo de interferência no processo.



26/02/2003

Agência Senado


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