Paim elogia governo por sinalizar mudanças na reforma previdenciária



O 1º vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), cumprimentou a equipe do governo por ter começado a sinalizar que aceita negociar mudanças na proposta de reforma da Previdência. O parlamentar assinalou que os ministros da Previdência, do Trabalho e da Casa Civil, assim como o relator da matéria na Câmara e o líder do governo no Senado começam a dar demonstrações de que essa proposta terá que ser negociada.

- E vão ter que negociar mesmo. Da forma que o texto estava, nem na China seria aprovado. Isso é bom para a democracia e é bom para a livre negociação de que a gente tanto fala. Se defendemos a livre negociação nesse país, então vamos negociar também a reforma da Previdência. Até porque a situação de não querer negociar está insustentável.

Tendo assistido ao congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Goiânia no último fim de semana, o parlamentar contou que, por unanimidade, prevaleceu o entendimento de que, como está, a reforma não pode ser aprovada. Ele disse que as centrais sindicais têm a mesma visão, assim como as entidades de servidores públicos e de aposentados.

Na visão de Paim, 90% dos deputados e senadores também querem alterar a proposta, até por pressão da sociedade.

- Duvido que haja algum senador que não vá lê-la em profundidade e que vá aceitar essa proposta que veio do Palácio sem discuti-la - disse, para constatar que agora -compete ao Congresso ouvir a sociedade e construir uma proposta alternativa-. Para o senador, há um promissor movimento no país para alterar as reformas do governo.

- Triste seria se a sociedade estivesse dormindo, imobilizada e dizendo que está tudo bem. Toda unanimidade é burra e nós temos o dever de aperfeiçoar a redação e isso não significa ser contra o governo Lula, muito pelo contrário, é pensando no governo Lula que nós temos que fazer esse debate.

No mesmo discurso, Paim apresentou ao Plenário o livro A História do Salário Mínimo no Brasil, publicado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Rio de Janeiro (Sintrasef), que relata a evolução dessa remuneração desde 1940 e o grau de desvalorização que ela atingiu. Afirmando que, pelos cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ser fixado em R$ 1.500, o parlamentar recomendou que as entidades sindicais paguem essa quantia a seus funcionários.

Paim apresentou ainda projeto da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap), que representa 22 milhões de idosos no país, e que pleiteia, no reajuste de suas remunerações, o percentual de inflação dos últimos 12 meses levantado pelo Índice nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Para ajudar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a atender esses aposentados, o senador já está apresentando um projeto de decreto legislativo atendendo ao pleito. Os senadores Eurípedes Camargo (PT-DF), Mão Santa (PMDB-PI) e Ney Suassuna (PMDB-PB) apartearam para elogiar o discurso de Paim.



23/06/2003

Agência Senado


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