Paim pede libertação do ativista Paul Watson, da ONG Pastores do Mar



O senador Paulo Paim (PT-RS) fez apelo ao Ministério da Justiça da Alemanha pela libertação do capitão canadense Paul Watson, líder da ONG Pastores do Mar. Em  pronunciamento nesta sexta-feira (18), o parlamentar informou que Watson foi preso no último dia 14, em Frankfurt (Alemanha), a pedido da Costa Rica, feito em outubro de 2011.

O mandado de prisão, segundo documento enviado por entidades ambientalistas brasileiras, e lido pelo senador, refere-se a processo arquivado em que Watson foi acusado de jogar sua embarcação contra um navio pesqueiro em águas costa-riquenhas. O documento acrescenta, contudo, que a operação foi autorizada pela Guatemala e realizada em águas daquele país para impedir crime ambiental.

A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), em nota, destacou Paim, afirma ser “abusiva e ilegal” a prisão de Watson. O ativista é cofundador do grupo internacional Greenpeace e um dos responsáveis diretos pela preservação de espécies marinhas, muitas delas em perigo de extinção.

Entidades ambientalistas do mundo inteiro, observou Paim, desconfiam dessa prisão, pois o processo foi reaberto logo depois que o Instituto de Pesquisa de Cetáceos iniciou nos Estados Unidos processo contra a Sociedade Pastores do Mar. Segundo o documento, a Costa Rica pode estar sofrendo pressão e servindo de instrumento para defender interesses de outros países.

O texto observa que Japão, Noruega, Rússia, Coreia do Sul e China – países com forte indústria pesqueira e acusados de praticarem pesca ilegal e caça a baleias e golfinhos – comemoram a prisão de Paul Watson.

- O fato de a Costa Rica pedir a prisão do Capitão Watson é, no mínimo, estranho, senão suspeito de armação para aprisionar a pessoa que planeja as ações que provocam os maiores prejuízos econômicos às empresas que obtém seus lucros praticando crimes contra a fauna marinha ao redor do mundo - ressaltou Paim.

Na avaliação do senador, o Brasil não pode se omitir diante deste fato, uma vez que o litoral brasileiro é um dos mais ricos do mundo em diversidade marinha. Para Paim, ao se permitir a prisão e a extradição de Watson, abre-se precedente para que essa prática aconteça em águas brasileiras.

- As águas brasileiras despertam o interesse da indústria pesqueira mundial. Nada contra a pesca, de forma alguma. Porém, tudo contra a pesca ilegal e a destruição da biodiversidade marinha. Repito: não podemos calar, pois estas verdadeiras máfias já estão atuando em águas brasileiras, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil - disse Paim ao relatar que se tornaram frequentes apreensões nessas localidades de barbatanas de tubarão que seriam contrabandeadas para a Ásia.



18/05/2012

Agência Senado


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