Paim pede manutenção de empregos em empresas que passaram por fusão



O senador Paulo Paim (PT-RS), em discurso nesta quarta-feira (22), cobrou das empresas que passaram por processos de fusão e usaram recursos públicos que mantenham os empregos como foi acordado. O primeiro caso citado foi do grupo Braskem, empresa que incorporou a Ipiranga Petroquímica, e se comprometeu a manter os empregados, mas agora, segundo o senador, a pretexto da crise econômica, está promovendo demissões.

Paim informou ainda que o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Petroquímicas (Sindipolo) promoveu ato público nesta quarta-feira, em Triunfo (RS), quando 370 trabalhadores demitidos cobraram o cumprimento do compromisso assumido publicamente quando da incorporação da Copesul e da Ipiranga, e agora da Petroquímica Triunfo, pela empresa do Grupo Odebrecht, de que não haveria dispensa de trabalhadores.

O parlamentar lembrou que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, estará no Rio Grande do Sul para o lançamento de pedra fundamental de empresa do setor e disse que este "será um momento oportuno para que a ministra se encontre com os líderes dos trabalhadores a fim de discutir essa situação" e tentar evitar as demissões. O senador anunciou a realização de audiência pública, em maio, para tratar desta questão.

Paim também anunciou a apresentação de requerimentos para pedir esclarecimentos à empresa de telefonia Oi, que incorporou a Brasil Telecom, e já demitiu centenas de pessoas. Tais demissões podem chegar a 5 mil, incluindo terceirizados, segundo o parlamentar. Em outro requerimento, o senador pede esclarecimentos a respeito da migração do plano de aposentadoria dos funcionários da primeira empresa para a adquirente sem ouvir a opinião deles.

Questionamentos semelhantes serão feitos, também por requerimento, à Secretaria de Previdência Complementar. À Agencia Nacional de Telecomunicações (Anatel), o parlamentar requer informações sobre o acordo fechado para a fusão de que não haveria demissões nem mudanças no plano de previdência. E ao Ministério do Trabalho e Emprego, o parlamentar pedirá que o governo intervenha para impedir as demissões.

O senador citou moção de apoio recebida da Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS) pedindo a instituição de programa que possibilite a carência de até três meses para o pagamento de financiamentos, tendo em vista as demissões ocorridas em virtude da crise econômica. Paim já apresentou dois projetos nesse sentido (PLS 261/08 e PLS 40/09).

Foi lido ainda pelo senador um manifesto da Câmara Municipal de Nova Hartz, direcionado ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e aos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, Michel Temer, manifestando indignação com o alto preço dos combustíveis praticado no Brasil. O manifesto foi motivado, explicou o senador, pelas notícias de lucro líquido recorde da empresa de R$ 33 bilhões em 2008.



22/04/2009

Agência Senado


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