PAÍS ATUA COM TIMIDEZ NA EXPORTAÇÃO DE FRUTAS
O Brasil, apesar de sua vocação natural para a fruticultura, exporta anualmente apenas US$ 100 milhões de frutas, isso dentro de um mercado que em termos globais movimenta US$ 50 bilhões. Esse fraco desempenho, cerca de 10% das vendas internacionais do Chile, decorre basicamente de uma política agrícola voltada prioritariamente para a produção de cereais e grãos.
Foi o que revelou na manhã de hoje (dia 8), em palestra na ComissãoEspecial do Senado sobre o Vale do São Francisco, ocoordenador dos programas de apoio à exportação de frutas brasileiras, do Ministério da Agricultura, Andres Vilas. A comissão, presidida pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL),tem como relator o senador Waldeck Ornelas (PFL-BA).
Nesta manhã foram ouvidos também o representante da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Oleg Tarapanoff, e o diretor executivo da Valexport, Fernando Almeida. A Valexport é uma associação de classe responsável por 97% da exportação de frutas do vale do Rio São Francisco.
Fernando Almeida salientou, em sua exposição, que a região não dispõe de infra-estruturacompatível com sua capacidade de produção e velocidade de comercialização, o que tem limitado o crescimento. Ele citou a precariedade do transporte rodoviário, responsável por uma quebra de 3% a 5% no escoamento da produção.
Almeida queixou-se também da entrada ilegal de frutas no país, portadoras de pragas quarentenárias, que acabam infestando os pomares. Os técnicos do Ministério da Agricultura admitiram a precariedade do controle fito-sanitário, alegandoescassez de recursos, falta de pessoale o elevado número de portos de ingresso dos produtos no país.
O senador Joel de Hollanda prometeu apoio às demandas da região, através da mobilização dos governos federal e estaduais.
08/06/1995
Agência Senado
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