País ocupa último lugar no Mercosul na Equidade de Gênero, revela pesquisa
A rede internacional Social Watch publicou, na semana passada, o Índice de Equidade de Gênero 2012. A pesquisa tem como objetivo avaliar a disparidade entre homens e mulheres e leva em consideração critérios como educação, atividade econômica e empoderamento da mulher.
Foram avaliados mais de 150 países para o estabelecimento de um ranking de igualdade de gênero. Na pesquisa, é possível que os países recebam notas que vão até 100 - que representaria a igualdade total -, contudo, nenhum país atingiu esse patamar.
Os dez países mais bem colocados são: Noruega (0,89), Finlândia (0,88), Islândia (0,87), Suécia (0,87), Dinamarca (0,84), Nova Zelândia (0,82), Espanha (0,81), Mongólia (0,81), Canadá (0,80) e Alemanha (0,80).
No outro extremo, os países que tiveram as piores colocações foram: Índia (0,37), Congo (0,36), Mali (0,32), Costa do Marfim (0,32), Paquistão (0,29), República Democrática do Congo (0,29), Nigéria (0,26), Chade (0,25), Iêmen (0,24) e Afeganistão (0,15).
Na região da América Latina e Caribe, os países Trinidad e Tobago e Panamá tiveram as melhores colocações, com 0,78 e 0,76 pontos, respectivamente. Já os piores colocados na região foram: El Salvador, com 0,62; Guatemala, com 0,49; e Haiti, com 0,48 pontos.
As notas dos países que fazem parte do Mercosul foram intermediárias. O índice de Equidade de Gênero (IEG) para Uruguai e Argentina foi 0,74 e para o Paraguai foi 0,73.
O Brasil ficou na última posição do bloco, com 0,72. Para Sílvia Camurça, integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), o problema do Brasil não está relacionado à educação, mas à atividade econômica e ao empoderamento das mulheres. Nestes quesitos, as notas do País foram 0,98, 0,75 e 0,43, respectivamente.
“A taxa de escolaridade das mulheres é mais alta, temos até dois anos a mais de estudos do que os homens, mas continuamos ganhando menos do que eles. Infelizmente, a educação não tem garantido maior renda. No Brasil, as mulheres ganham cerca de 70% do salário dos homens, enquanto em outros países este índice chega a 80, 85%”, esclarece Camurça.
Ela também explica que a atividade econômica foi um fator que puxou o País para baixo no ranking, tendo em vista que apesar de ter enfrentado bem a crise econômica surgida em 2008, os empregos foram gerados prioritariamente na indústria branca, automobilística e nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que empregam homens. Ao mesmo tempo, o orçamento para as áreas de educação e saúde - que mais empregam mulheres - foram reduzidos.
O empoderamento político, quesito no qual o Brasil teve a nota mais baixa, é considerado por Camurça o fator mais importante. Ela aponta que apesar de termos uma mulher na presidência, existem poucas mulheres na política, situação que se sustenta por fatores como a cumplicidade entre as alas patriarcais dos poderes.
Para a integrante da AMB, depois da violência contra a mulher, o bloqueio da entrada das mulheres na política é a segunda pior expressão do patriarcalismo.
Fonte:
Observatório do Brasil Igualdade de Gênero
13/03/2012 19:47
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