Países das Américas trocam experiências em saúde indígena



Países das Américas estão reunidos no Panamá para a troca de experiência desenvolvidas por cada país na Saúde Indígena. Canadá, Bolívia e Peru foram os primeiros apresentadores, durante o I Fórum Regional: Recursos Humanos para a Saúde e os Povos Indígenas. O Brasil está representado pelo secretário Especial de Saúde Indígena (Sesai), Antônio Alves de Souza, que demonstrará nesta terça-feira (22) as mudanças na saúde indígena que vem sendo promovidas pelo governo brasileiro.

Para o vice-ministro de saúde do Canadá, Michael Roy, o que chama a atenção é que os problemas enfrentados pelos países são semelhantes, observação compartilhada por outros colegas presentes no evento. "Isso reafirma o que acreditávamos. Por isso esse fórum é tão importante para todos", afirmou Roy.

Segundo os países expositores, as principais dificuldades são na fixação de profissionais em área, a integração de conhecimentos da medicina alopática com a medicina tradicional indígena, além da necessidade da formação em um volume maior de profissionais para atuar na área.

Outra característica é o caráter recente de sistemas específicos e contínuos de saúde indígena nos países americanos. No Canadá, de acordo com a Coordenadora de Atenção Primária para a Saúde Indígena, Debra Gillis, somente após 1988 o país adotou um sistema específico para tratar do assunto. O foco está na formação de profissionais para atuar na área, além de esforços para garantir que os indígenas gerenciem o sistema de saúde dedicado a eles. Gilles disse que de 1996 a 2006 o país aumentou em 246% o número de profissionais indígenas atuando na área da saúde.

Foco na Formação

A experiência apresentada pela Bolívia focou na aproximação dos profissionais de saúde da população indígena. Atualmente 65% da população boliviana é indígena. A aproximação foi apresentada com duas iniciativas: a integração da medicina tradicional com a alopática e um programa de formação de residência em medicina nas comunidades.

Segundo Maria Rasguido Coca, diretora de medicina tradicional no Ministério da Saúde da Bolívia, desde o início do trabalho, o país já cadastrou 1120 médicos tradicionais indígenas, número que inclui também as parteiras. O programa de residência em comunidades formou 161 especialistas, sendo que deste total, 120 já atuou como tutores de novos profissionais. O objetivo deste programa foi trazer atenção às comunidades dentro de suas residências, de forma mais adequada aos costumes e peculiaridades da população boliviana.

Estruturação

Já a apresentação peruana demonstrou a estruturação de bases políticas para poder oferecer políticas públicas de qualidade aos povos indígenas. Wilder Carpio, representante do Ministério da Saúde do Peru, explicou que uma série de ações governamentais ao longo dos últimos anos possibilitaram o início de um trabalho voltado para respeitar a interculturalidade dos povos andinos.

Carpio lembrou que no Peru habitam 65 povos distintos, cada um com sua cultura e costumes. A forma que o país encontrou para integrar a medicina tradicional com a convencional foi a regulamentação de medicamentos fitoterápicos. Logo após essa regulamentação, o Peru editou uma regra normativa sanitária a respeito da saúde indígena, que hoje está a cargo das 25 províncias do país, cabendo ao ministério o papel de normatizar e regulamentar as políticas.

Fonte:

Ministério da Saúde

 

22/11/2011 19:54


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