Papaléo alerta para novo surto de dengue
O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) alertou, nesta segunda-feira (19) em Plenário, para um provável novo surto de dengue no país. Papaléo citou dados recentes do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, segundo o qual o número de casos confirmados da doença no país cresceu 25% entre janeiro de 2005 e janeiro de 2006 (o número saltou para 16.487 este ano, contra 13.193 no ano passado).
Dessa vez, no entanto, chama a atenção o número de ocorrências nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis pelo crescimento. Os dados do Sudeste, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, estariam deixando o Ministério da Saúde "de calças curtas e com um sorriso amarelo", de acordo com o parlamentar. No início do ano, a região já contabilizava cerca de 5 mil casos.
Segundo Papaléo, de janeiro a janeiro, o estado que teve maior aumento proporcional foi São Paulo, com crescimento de 1.111% - foram registrados 751 casos em 2006, contra 62 em 2005. A preocupação maior é com o interior do estado, especialmente a cidade de Ribeirão Preto. No município, contou o senador, "para piorar a situação", agentes de saúde enfrentam a resistência da população e precisam até de escolta policial para vistoriar algumas propriedades em busca do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.
Papaléo criticou o Ministério da Saúde por parecer "não se preocupar tanto com o Sudeste", apesar da "eloqüência dos dados", e manter o foco no Norte e no Centro-Oeste (respectivamente no segundo e terceiro lugares no ranking). Ele também denunciou a precariedade operacional do sistema de saúde nacional, e observou que a cadeia de atendimento ao paciente estaria "contaminada de irregularidades surreais", como a falta de experiência ambulatorial dos funcionários.
O senador pediu ao governo que desperte do "marasmo administrativo" e adote "medidas públicas mais eficazes de prevenção e de tratamento contra a dengue".
- Ao que tudo indica, seria pouco provável erradicar cabalmente a dengue, uma vez que, na opinião dos especialistas, é impossível eliminar todos os mosquitos do gênero Aedes. Nesse quadro, o único recurso disponível continua a ser o controle dos focos do inseto. Para tanto, é preciso transformar o combate às larvas do mosquito numa preocupação constante de todos - defendeu.
Reprise das sessões
Papaléo também criticou a TV Senado, por não estar mais reprisando as sessões plenárias às 21h30, como era de praxe. O senador disse que vem recebendo várias reclamações da população, pois muitas pessoas que trabalham durante o dia assistiam às sessões à noite.
- Não acredito que esta tenha sido uma decisão da direção da TV Senado. Devem ter recebido alguma ordem, porque jamais se atreveriam a enfrentar 81 senadores, que querem esta Casa exposta, para que nosso trabalho seja julgado - protestou.
O parlamentar informou que a direção da TV teria justificado a interrupção da reprise alegando que o Senado teria outras atividades além das sessões, e que a emissora contaria com vasta programação cultural. Para ele, no entanto, a repetição das sessões deveria ser uma obrigação do órgão.
- Reitero ao serviço de comunicação do Senado Federal que nós somos 81 senadores e somos os grandes responsáveis pela existência destes veículos, e peço que eles se justifiquem diante de nós e da população brasileira - exigiu.
A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que presidia a sessão, disse considerar bastante justo o apelo de Papaléo, e solicitou à TV Senado que preste esclarecimentos sobre o assunto.19/06/2006
Agência Senado
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