Papaléo alerta para uso indiscriminado de drogas para emagrecer
Lembrando o caso da modelo Ana Carolina Reston, que morreu em decorrência de anorexia causada pelo uso indiscriminado de drogas inibidoras do apetite, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) chamou a atenção para o relatório anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), que coloca o Brasil como campeão mundial no consumo desse tipo de medicamento e cita o caso da modelo brasileira.
Papaléo, que é médico, sugeriu a veiculação de uma ampla campanha que alerte para os perigos do consumo indiscriminado de medicamentos e para o uso de inibidores de apetite sem o devido acompanhamento médico.
- O relatório diz que a obsessão da mulher brasileira pelo corpo perfeito é provavelmente o maior motivo do uso intensivo de estimulantes receitados como inibidores de apetite. De acordo como o documento, o consumo médio dessas substâncias no Brasil é de 12,5 doses diárias, quase 40% mais do que o uso registrado nos Estados Unidos - relatou.
Além disso, assinalou o senador, o relatório da Jife alerta para os riscos do uso de drogas ilícitas, para a comercialização de medicamentos falsos e para a automedicação em geral. O relatório ainda diz que não apenas os inibidores de apetite, mas também outros medicamentos de venda controlada, como estimulantes, sedativos e tranqüilizantes, passaram a ser consumidos em larga escala porque, quando tomados de forma inadequada e sem controle médico, causam efeitos semelhantes aos provocados pelas drogas ilícitas.
Finalmente, disse Papaléo, o relatório da Jife alerta para os perigos da automedicação, dada a prática corriqueira, no Brasil, da venda de remédios sem receita.
- Na realidade, há aqui dois tipos de situação, podendo ambas ocasionar sérios riscos. Numa delas, as drogarias e farmácias, em função de uma fiscalização ineficiente, vendem livremente medicamentos que só poderiam ser comercializados mediante receita médica; na outra, estão os medicamentos livres de receita, mas que nem por isso devem ser consumidos indiscriminadamente e sem orientação profissional - concluiu.06/06/2007
Agência Senado
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