Papaléo critica fusão da Varig e da TAM
A fusão entre as companhias Viação Aérea Rio-Grandense (Varig) e a TAM Linhas Aéreas S.A. será um equívoco, na avaliação feita nesta quinta-feira (4), no Plenário, pelo senador Papaléo Paes (PMDB-AP). Ele considerou que a proposta apresentada pelos empresários resultará na liquidação da Varig, "uma empresa com 77 anos de história que dignifica uma parte importante do Brasil moderno e que representa um setor estratégico de nossa economia".
Papaléo destacou que o estudo elaborado pela consultoria SR Rating, a pedido da Associação dos Pilotos da Varig (Apvar), apontou a necessidade de cerca de R$ 700 milhões para recuperar a Varig. Esse valor, continuou, é bem inferior aos gastos que poderiam ser impostos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se o governo acabasse obrigado a socorrer o Sistema de Previdência do Grupo Varig (Aerus), que assiste cerca de 35 mil pessoas, além dos custos provocados pelas demissões dos funcionários da empresa.
O senador criticou a condução das negociações para a fusão das duas companhias. Na sua visão, as recomendações incluídas no Plano de Recuperação Ampla (PRA) apresentado pela Apvar não estão sendo levadas em consideração. "Os representantes das empresas só aceitam discutir o seu plano que se chama Reestruturação Simples. Por ele, não é considerada a existência de créditos previdenciários e trabalhistas, atrasados e outros, que resultam em um montante de R$ 3 bilhões",afirmou.
O senador rebateu a avaliação dos empresários do setor de que a Varig é "uma verdadeira bomba relógio que precisa ser desativada imediatamente, porque, se explodir, explodirá também todo o sistema aéreo nacional". As propostas dos funcionários estão mostrando, segundo Papaléo, que a empresa pode ser mantida se forem buscadas soluções criativas. Ele lembrou a crise que se abateu sobre o setor aéreo internacional depois do ataque terrorista de 11 de setembro, com a explosão das Torres Gêmeas em Nova York. E atribuiu, entre os culpados pelos problemas acumulados pela Varig ao longo dos últimos anos, o próprio governo.
04/03/2004
Agência Senado
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