Paim quer audiência pública para discutir fusão da Varig com a TAM



O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou nesta segunda feira (30) que a fusão da Varig com a TAM, como forma de equilibrar o mercado e ao mesmo tempo sanar as suas dificuldades, -não mostra muita consistência quando confrontada com uma análise técnica mais detalhada-. Ele defendeu a realização de uma audiência pública com as duas empresas sobre a pretendida fusão.

- A começar pelos presidentes das duas companhias, as associações profissionais, o Banco Fator - que elaborou o plano de fusão - e a empresa de consultoria que tem um estudo alternativo sobre a viabilidade da Varig - relacionou ele.

Para o senador, também seria importante ouvir a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os ministros da Defesa, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Previdência Social. Juntamente com o Senado, disse Paim, poderia ser encontrada uma solução definitiva não apenas para a Varig, mas para o importante e estratégico setor da aviação comercial.

A audiência é necessária, conforme Paim, porque a fusão da Varig com a TAM, praticamente com a eliminação da empresa gaúcha, poderá provocar uma perda irreparável para o setor. Segundo ele, a concretização da fusão poderá significar uma -perigosa situação de monopólio da aviação comercial brasileira-.

O senador disse ainda ter recebido informações de que o modelo de fusão concebido pelo Banco Fator embutiria um inexplicável desequilíbrio em favor dos acionistas da TAM e um provável escândalo financeiro.

O projeto de fusão prevê a demissão de todos os funcionários da Varig a um custo de R$ 675 milhões, sendo que R$ 550 milhões desse total seriam provenientes de financiamento que o BNDES concederia usando para isso recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

- Seria cômico, se não fosse trágico. Está se propondo a utilização de um banco que tem por finalidade fomentar o desenvolvimento, o BNDES, com recursos de um fundo voltado para a geração de empregos, para financiar o fechamento de uma das mais tradicionais empresas do país e o desemprego dos seus funcionários.

Em apartes, o senador Edison Lobão (PFL-MA) apontou a responsabilidade do governo federal nesse processo de crise que afeta as empresas de aviação. Segundo ele, se as companhias estariam salvas se recebessem a quantia substancial que o governo lhes deve. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) apontou a política cambial como um dos pontos de estrangulamento da saúde financeira dessas empresas. Elas pagam suas importações em dólares e recebem em cruzeiros, apontou.



30/06/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


CAS debate fusão Varig-TAM em audiência pública

Audiência pública volta a discutir aquisição da Varig

Paim quer audiência para ouvir governadores de estados devedores da Varig

Paim anuncia audiência pública para discutir desocupação de Pinheirinho

Paim anuncia audiência pública com ministro do Trabalho para discutir veto à Emenda 3

COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FAZ AUDIÊNCIA PARA DISCUTIR FUSÃO DE EMPRESAS