Papaléo espera implementação do programa de recuperação de estradas



O senador Papaléo Paes (PMDB-AP) fez apelo para que o programa de recuperação de estradas, anunciado pelo governo federal, não passe de uma simples promessa vazia. A condição das estradas do país é desesperadora, disse Papaléo. O senador argumentou que o país desperdiça milhões de reais anualmente devido aos danos aos veículos e cargas, ao perecimento de produtos agrícolas e ao roubo de mercadorias transportadas.
- Apenas intenções e ações de propaganda não bastam. É necessário que o governo aja com presteza e se dedique a implementar efetivamente o programa que, só agora, anuncia – afirmou o senador. A Confederação Nacional do Transporte (CNT), informou ele, realizou pesquisa em 2003, após percorrer 57 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais, selecionadas em razão do movimento e importância econômica, tendo verificado que 58,5% da extensão percorrida estava em condições péssimas, ruins ou deficientes de pavimentação. Constatou também que 77,6% não estava sinalizada de forma adequada e que em 44,4% da quilometragem rodada não havia acostamento ou o acostamento estava inadequado. Dos 109 trechos analisados ainda pela CNT, continuou o senador, apenas 25 se encontravam em bom ou ótimo estado e, dentre os ótimos, apenas uma rodovia federal, a Via Dutra. Os demais 84 trechos pesquisados foram qualificados como deficientes, ruins ou péssimos. Diante desse quadro, Papaléo considera não ser motivo de espanto o fato de a Associação Nacional de Empresas de Transporte de Cargas estimar um aumento de 40% do custo operacional dos caminhões de carga. - Esse custo suplementar é, naturalmente, repassado aos clientes, encarecendo o produto final e retirando sua competitividade internacional – argumentou Papaléo. A deficiência das estradas federais também influencia o nível de criminalidade. Segundo o senador, entre 1994 e 2001 houve aumento de mais de 200% no número de roubo de cargas, com registro de 8 mil casos naquele ano e perda de R$ 500 milhões. Papaléo ressaltou que os custos referentes a medidas de segurança tomadas pelas transportadoras correspondem a 15% do valor do frete, acentuando a perda de competitividade dos produtos brasileiros. A situação é tão grave, alertou ele, que as empresas seguradoras se recusam a cobrir alguns tipos de carga, como pneus, cigarros e medicamentos, negando-se mesmo a cobrir qualquer carga em determinados trechos de estrada. E embora não haja dados sobre o número de mortos em razão da má conservação das estradas, o Departamento Nacional de Transportes (Denatran) estima, segundo o senador, que 20 mil pessoas morrem por ano devido a acidentes de trânsito.

30/08/2004

Agência Senado


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